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Responsável pela morte de brasileiro na Austrália tem fiança negada

Biólogo Lúcio Stein Rodrigues teve a morte confirmada nesta terça-feira

5 nov 2013 - 10h54
(atualizado às 10h59)
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Advogado Nick Boyden (esq) deixa o tribunal com a família de Nicholas Lambaditis, acusado de agredir o brasileiro na Austrália
Advogado Nick Boyden (esq) deixa o tribunal com a família de Nicholas Lambaditis, acusado de agredir o brasileiro na Austrália
Foto: Liz Lacerda / Especial para Terra

O responsável pela morte do estudante Lúcio Stein Rodrigues teve fiança recusada e pode passar o resto da vida na cadeia. O australiano Nicholas Lambaditis, 33 anos, compareceu nesta terça-feira ao Tribunal, apoiado por nove familiares. Ele iria responder pelo crime de lesão corporal grave, mas como a morte de Lúcio aconteceu poucas horas antes da audiência, o promotor está pedindo a condenação por homicídio.

Na madrugada de domingo, por volta das 3h30, Lúcio estava com um amigo em frente a um bar, esperando por outros dois jovens que haviam saído para comprar uma pizza. Eles iriam embora juntos, mas um dos rapazes se envolveu em uma briga e Lúcio interferiu para defender o amigo. O brasileiro caiu, bateu a cabeça e sofreu traumatismo craniano. Sua morte foi declarada nesta terça-feira.

O advogado de defesa do acusado, Nick Boyden, ofereceu AU$ 1 milhão (cerca de R$ 2 milhões) para o pagamento da fiança, mas o juiz recusou. Nicholas vai permanecer preso até 14 de janeiro, pelo menos, quando será realizada a próxima audiência. "Não é o caso mais forte de homicídio, mas acredito que o argumento da promotoria não é fraco e sem sentido", declarou o juiz Les Mabbutt, após assistir um vídeo de segurança gravado na noite do crime.

As imagens mostraram o australiano derrubando primeiramente o amigo de Lúcio Rodrigues. Foi quando o brasileiro interferiu. Nicholas errou a primeira tentativa, mas acertou o segundo soco no rosto do estudante, que imediatamente perdeu a consciência e caiu. O australiano fugiu da cena do crime sem prestar socorro e só foi preso cerca de 40 minutos depois.

No tribunal, a defesa argumentou que Nicholas apenas reagiu a uma provocação. Ao final da audiência, familiares do australiano declararam somente que era muito importante comparecer ao tribunal para apoiar o rapaz. "Qualquer um que seja pai ou mãe vai entender que esse é um momento muito difícil para as famílias", acrescentou o advogado. O crime está recebendo atenção da mídia australiana, que se concentrou em frente ao tribunal.

A comunidade brasileira de Sydney está triste e revoltada. Amigos compaceram ao hospital, levando flores. "Sinto uma dor e uma tristeza muito grandes. O Lúcio era um rapaz muito pacífico, tinha um coração enorme e jamais desejaria se envolver em uma briga. Isso aconteceu a troco de nada, foi violência gratuita", lamenta Julia Harger, amiga do estudante.

Formado em Biologia

Lúcio Rodrigues era formado em Biologia e trabalhava como pedreiro na Austrália. Ele também fazia um curso técnico de Tecnologia da Informação na Windsor School. "Está todo mundo chocado, porque ele era uma pessoa muito querida. O que aconteceu mostra bem o jeito dele: defender um amigo que estava precisando de ajuda", afirma Carine Crossara.

A agência Australian Centre, responsável pela matrícula do brasileiro na escola, está arrecadando dinheiro para doar à família, já que o seguro de saúde do estudante cobre apenas as despesas hospitalares. O Consulado do Brasil em Sydney está em contato com a família para tratar do traslado do corpo ao Brasil. Uma missa será realizada em memória de Lúcio Rodrigues, no próximo domingo, na praia de Bondi. 

Em fevereiro deste ano, outro brasileiro também sofreu traumatismo craniano, após ser agredido por seguranças de um pub em Sydney. O estudante Marcus Vinicius Moraes entrou em coma e passou por cirurgias, mas se recuperou e voltou para o Brasil. Hoje, vive ao lado da família no Rio Grande do Sul.

Fonte: Especial para Terra
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