Todos os dias, centenas de assassinatos são registrados em todo o Brasil. No entanto, alguns ganham repercussão nacional pela brutalidade de seus executores. Requintes de crueldade Todos os dias, centenas de assassinatos são registrados em todo o Brasil. No entanto, alguns ganham repercussão nacional pela brutalidade de seus executores. Muitos não hesitam em mutilar os corpos de suas vítimas pelos mais diversos motivos: ciúmes, magia negra, perseguição ou mesmo a tentativa de roubar uma criança. Veja alguns casos com requintes de crueldade selecionados pelo Terra Membros em sacos de lixo Em março de 2014, a polícia de São Paulo encontrou membros de um corpo humano em sacos deixados na região do cemitério da Consolação, na região central de São Paulo. O primeiro saco foi encontrado próximo ao cruzamento das ruas Sergipe e Sabará, nas imediações do cemitério da Consolação, com pernas e braços – sem as pontas dos dedos das mãos, o que inviabiliza a identificação pela coleta de impressões digitais. O segundo saco, de acordo com a PM, foi encontrado na mesma região, por volta de meio-dia, perto do cruzamento das ruas Mato Grosso e Coronel José Eusébio. Nele, estava o tronco da vítima. A cabeça da vítima não foi encontrada pela polícia, que utiliza imagens de câmeras de segurança para tentar identificar o autor do crime. Foto: Getty Images Executivo da Yoki O assassinato do executivo-chefe da Yoki Alimentos, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi descoberto após partes de seu corpo serem encontradas em várias regiões da Grande São Paulo. A polícia prendeu a mulher do empresário, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, que, em depoimento, confessou ser a autora do crime. Ela alegou que matou o marido na noite do dia 19 de maio porque descobriu que havia sido traída. Elize disse que, antes de cometer o crime, discutiu com Matsunaga e que foi agredida por ele. Ela confessou ainda que usou uma arma de calibre 380, que estava entre as três doadas por ela à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, antes de ser presa. Câmeras do circuito interno do prédio registraram a técnica em enfermagem deixando o apartamento do casal com três malas grandes e retornando sem nenhuma. Ela confirmou que as usou para transportar as partes do corpo do marido. Foto: Reprodução Chico Picadinho Francisco Costa Rocha é um dos criminosos mais temidos do Brasil, o que justifica sua prisão por mais de 30 anos em sistema fechado. Conhecido como Chico Picadinho, ele cometeu seu primeiro assassinato em 1966, tendo como vítima a bailarina austríaca Margareth Suida, com quem ele tinha um caso. A vítima foi estrangulada e, depois de morta, esquartejada com instrumentos rústicos, como lâminas de barbear. Após o crime, ele confessou ao amigo com quem dividia o apartamento que havia matado Margareth. O amigo acabou chamando a polícia e Chico Picadinho foi preso. Após ter sido libertado por bom comportamento, Francisco voltou a matar em 1976. A vítima foi Ângela de Souza Silva e, repetindo o primeiro crime, Chico Picadinho a esquartejou. Para tentar se livrar do corpo, ele jogou alguns pedaços pelo vaso sanitário. Condenado a mais 30 anos de reclusão, em 1994 ele foi considerado perigoso demais para voltar à sociedade. Foto: Getty Images Cirurgião assassino Em janeiro de 2003, o cirurgião plástico Farah Jorge Farah matou e esquartejou a ex-paciente e amante Maria do Carmo Alves após uma discussão em seu consultório, em São Paulo. O médico a esfaqueou no pescoço, ferimento que teria causado sua morte. Farah deixou o local e retornou quatro horas depois, quando esquartejou o corpo em nove pedaços. Para dificultar a identificação, foram removidas também as digitais dos pés e das mãos, além da pele do peito e do rosto. Segundo a investigação, o médico ainda limpou seu consultório, colocou as partes do corpo de Maria do Carmo em sacos e os guardou no porta-malas de seu carro. Dois dias depois, a polícia encontrou os pedaços no veículo. Farah confessou o crime, mas afirmou que era perseguido pela vítima e agiu em legítima defesa. Em 2008, o cirurgião foi condenado a 13 anos de prisão, mas ganhou o direito de aguardar todas as possibilidades de recurso em liberdade. Foto: Agência Estado Inglesa morta em Goiânia Em julho de 2008, a inglesa Cara Marie Burke, 17 anos, foi morta a facadas e esquartejada no apartamento onde morava, no Setor Leste Universitário, em Goiânia (GO). Dias depois, parte do corpo da adolescente foi encontrada em uma mala às margens da BR-153. A cabeça, duas pernas e dois antebraços foram achados em um rio a 33 km da capital goiana. Cara veio ao Brasil a convite de Mohammed D’Ali Carvalho dos Santos, 20 anos na época, que confessou o crime. Eles haviam se conhecido em Londres, onde a mãe do brasileiro vive. Segundo testemunhas, após matar a inglesa, ele tirou uma foto com o celular e mostrou a amigos em uma festa. No dia seguinte, ele esquartejou Cara Marie e novamente fotografou o corpo. Mohammed matou a adolescente sob efeito de drogas e após uma discussão em que ela teria ameaçado contar à família dele sobre o vício. Ele foi condenado a 21 anos de prisão. Foto: Divulgação Crime da motosserra Em 1996, Agílson Santos, o Baiano, foi torturado, morto e seus restos mortais jogados em uma avenida de Rio Branco (AC). A vítima teve braços, pernas e genitália amputados com uma motosserra, além de ter os olhos perfurados. Baiano teria sido executado por suposto envolvimento no assassinato de Itamar Pascoal, irmão do então coronel Hildebrando Pascoal. O militar e também ex-deputado federal foi apontado como líder de um grupo de extermínio que agia no Acre. Condenado por duas mortes de testemunhas do caso, por tráfico de drogas e por trocar votos por cocaína, o ex-deputado foi preso em 1999. Em 2009, Hildebrando foi condenado a mais 18 anos de prisão pelo que ficou conhecido como "crime da motosserra". Foto: Divulgação Adolescente morta por causa de bebê Um casal foi preso acusado de matar e esquartejar uma adolescente de 15 anos em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, em maio de 2012. Segundo a Polícia Civil da cidade, o casal pretendia ficar com o bebê recém-nascido de Renata Silva Monteiro. Partes do corpo de Renata foram colocadas em uma mala. As pernas, os braços e a cabeça estavam dentro da bagagem, que boiava em um lago da cidade. As outras foram avistadas horas depois, a poucos metros, em um bambuzal. A criança, com 20 dias de vida, foi localizada pelo pai da adolescente em uma residência em Natal (RN), depois de uma ligação anônima. Foto: Filipe Granado/Futura Press As Bruxas de Guaratuba A história por trás do desaparecimento de Evandro Ramos Caetano, 6 anos, em 6 abril de 1992, foi pontuada por um enredo digno de uma história de terror. Dias depois do sumiço, um corpo encontrado em um matagal foi apontado pela polícia como sendo do menino. Escalpelado, com o peito rasgado, olhos vazados, coração e vísceras retiradas, mãos e pés amputados, a vítima parecia ter passado por um ritual de magia negra. Celina Abagge, mulher do então prefeito da cidade, e sua filha Beatriz Abagge, foram acusadas de cometer o crime em um culto a Exu (entidade de religiões afro-brasileiras). Das duas, que sempre alegaram inocência, somente Beatriz pode ser julgada na última sessão sobre o caso, já que Celina já estava com mais de 70 anos e, de acordo com a lei brasileira, não pode ser mais punida. Após 19 anos do crime, Beatriz foi condenada a 21 anos e quatro meses de prisão em regime semi-aberto por usar partes do corpo do menino em um ritual de magia negra.' Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo/Futura Press Crime da Pedra da Macumba Com uma vida marcada pela religiosidade e por uma depressão, tratada à base de remédios até o final de 2011, a dona de casa Geralda Lúcia Ferraz Guabiraba, 54 anos, morreu em circunstâncias ainda não explicadas pela polícia. Ela foi encontrada morta sem os olhos e a pele do rosto, com um corte profundo na garganta, no local conhecido como Pedra da Macumba, em uma estrada de Mairiporã (SP). A principal suspeita era de que a dona de casa tinha sido morta em um ritual de magia negra, mas como o corpo foi encontrado rodeado por cachorros a polícia levantou a hipótese dos ferimentos terem sido feitos pelos animais. As investigações apontaram que, antes de morrer, em janeiro de 2012, Geralda costumava passar horas na internet e, com frequência, falava sobre morte. Segundo imagens da câmera do prédio onde morava, no final da noite do dia anterior, a mulher saiu sozinha de casa sem acordar o marido e sem levar bolsa ou celular. Foto: Futura Press RPG e satanismo Aline Silva Soares, 18 anos, foi encontrada morta com 15 facadas em outubro de 2001. A vítima foi encontrada sem roupas sobre o túmulo do cemitério da Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, em Ouro Preto. Próximo ao local, foram detectados desenhos feitos com sangue. O crime ocorreu durante a tradicional Festa do Doze, que reúne, sempre na mesma época do ano, os ex-alunos da Universidade Federal. Cerca de três anos depois, a prima de Aline, Camila Dolabela Silveira, 22 anos, foi presa, acusada de envolvimento no crime. A suspeita levantada pelo Ministério Público é a de que a vítima tenha sido morta em uma sessão de Role Playing Game (RPG), uma mistura de jogo e teatro. A violência empregada pelos assassinos deu ao caso repercussão nacional. De acordo com as investigações, havia indícios de ritual satânico no local do crime. O corpo da jovem foi encontrado sobre a sepultura em posição de crucificação. Em 2009, o júri decidiu inocentar os quatro acusados por insuficiência de provas. Foto: Getty Images Empada de carne humana No dia 13 de abril de 2012, a Polícia Civil divulgou a prisão de Jorge Negromonte da Silveira, 50 anos, Isabel Cristina Pires, 51 anos, e Bruna Cristina de Oliveira da Silva, 25 anos. O trio, que vivia junto, foi preso por homicídio e canibalismo em Garanhuns (PE), e, segundo as investigações, uma das detidas vendia salgados com restos de carne humana. Eles seriam membros de um grupo comprometido em diminuir a quantidade de pessoas no mundo. Pelo menos três mulheres teriam sido assassinadas. A polícia chegou ao trio depois de investigar o desaparecimento de Giselly Helena da Silva, que sumiu após receber uma proposta para ser babá de uma menina. Quando chegou à casa, ela foi dominada por Jorge, que é faixa preta em karatê. A polícia garantiu que eles comiam as vísceras das vítimas, como o fígado e o coração, para "purificar a alma". E quando faltava ingrediente para as empadas, usavam os restos da carne das vítimas. O grupo tirava de 8 kg a 10 kg de carne por corpo e obrigava uma menina de 5 anos a comer. Ela seria filha de Jéssica Camila da Silva Pereira, outra mulher assassinada pelo trio. Foto: Getty Images mais especiais de notícias