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Bauru: "Renasceu", dizem pais de jovem internada após festa

Jovem participou da mesma festa em que o universitário Humberto Moura Fonseca, 23 anos, morreu após ingerir grande quantidade de vodca

5 mar 2015 - 19h29
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<p>Com o nome Inter Reps a festa open bar foi organizada por repúblicas de estudantes e realizada numa chácara, no Jardim Ferraz</p>
Com o nome Inter Reps a festa open bar foi organizada por repúblicas de estudantes e realizada numa chácara, no Jardim Ferraz
Foto: Talita Zaparolli / Especial para Terra

A estudante de relações públicas Gabriela Alves Correa, 23 anos, recebeu alta no final da tarde desta quinta-feira do Hospital Estadual de Bauru. Ela estava internada desde o último sábado (28), quando foi parar na UTI, após ingestão de quantidade excessiva de bebida alcoólica. A jovem participou da mesma festa em que o universitário Humberto Moura Fonseca, 23 anos, morreu após ingerir grande quantidade de vodca. Outros dois estudantes também chegaram a ser hospitalizados em estado grave, mas já se recuperaram e também tiveram alta.

Por meio da assessoria de imprensa da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), gestora do Hospital Estadual, os pais de Gabriela divulgaram uma carta à imprensa. Eles pediram para ter as identidades preservadas pela assessoria e reafirmaram a intenção de não conceder entrevistas aos jornalistas.

Ingresso para entrar na festa universitária
Ingresso para entrar na festa universitária
Foto: Talita Zaparolli / Especial para Terra

No comunicado, os pais da jovem lamentam a morte de Humberto e cobram mais rigor das autoridades para que casos como esse não voltem a acontecer. Eles ainda isentam a Universidade Estadual Paulista (Unesp) - que teve o nome envolvido no caso, já que a maior parte dos participantes do evento eram alunos da universidade – de culpa pelo ocorrido. Porém cobraram maior fiscalização por parte da instituição – que cedeu espaço para que os convites fossem vendidos.  

Na carta, os pais de Gabriela ainda agradecem a Deus pelo que consideram como “renascimento” da filha “e pela oportunidade que ela recebeu de aprendizado e recomeço”.

Com o nome “Inter Reps” a festa “open bar” foi organizada por repúblicas de estudantes e realizada numa chácara, no Jardim Ferraz. Eram servidas bebidas à vontade, tais como vodca, cerveja e pingas de sabor que já estavam pagas no convite. Dois estudantes apontados pela polícia como organizadores chegaram a ser presos, mas foram soltos horas depois, por ordem judicial.

Vídeo mostra competição que terminou em morte de aluno em SP:

A Polícia Civil e o Ministério Público investigam as circunstâncias e responsabilidades sobre a morte do estudante. O delegado Kleber Granja determinou que o inquérito corra sob segredo de Justiça para preservar os envolvidos e não atrapalhar as investigações. A Unesp divulgou que vai abrir uma sindicância interna também para apurar o caso, mesmo ele tendo ocorrido fora do campus. Confira o comunicado na íntegra:

"Nós, pais da Gabriela Alves Correa, vimos a público agradecer a todos pelo apoio nesse momento difícil pelo qual nossa filha passou e, em especial, a:

- Toda a equipe do Hospital Estadual de Bauru, pela competência e dedicação no tratamento;

- A toda família pelo amor e apoio incondicional a ela neste momento;

- Aos colegas que nos deram apoio, com hospedagem e transporte, além do apoio moral e demonstração de amizade.

- Aos amigos, conhecidos, colegas e anônimos pelas correntes de oração, apoio e carinho;

- À direção da UNESP, pela presença e por ter se colocado à disposição para o que fosse necessário;

Acima de tudo e, principalmente, agradecemos a Deus pelo renascimento da nossa filha e pela oportunidade que ela recebeu de aprendizado e recomeço.

Nossos sentimentos pela família do Humberto, cuja perda é irreparável.

Agora é hora de pensarmos nas consequências do ocorrido e em como evitar tragédias futuras.

Só podemos esperar que as próximas festas contem com infraestrutura melhor. 

Que os organizadores sejam mais responsáveis e que haja maior fiscalização e rigor das autoridades para que fatalidades como essa não voltem a ocorrer.

A Universidade teve seu nome envolvido e, inclusive, os convites foram vendidos em suas dependências. Não podemos responsabilizar a UNESP, entretanto, esperamos que haja uma maior fiscalização por parte da Universidade nos eventos que envolvam seu nome.

Também nós, familiares desses estudantes, precisamos estar atentos e orientar constantemente nossos filhos (principalmente os que estudam longe de casa), afinal, são pessoas jovens e com um futuro promissor pela frente, que não podem ter suas vidas interrompidas de maneira tão trágica. (M.F.A.S. e A.A.A.C.C., pais de Gabriela Alves Correa)"

Fonte: Especial para Terra
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