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Prédio do Itamaraty começa a ser restaurado após protestos

O acervo de obras raras, que fica no interior do edifício, não foi atingido

24 jun 2013 - 13h18
(atualizado às 13h31)
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<p>Os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Maria do Rosário (Direitos Humanos), junto com 1 mil funcionários do Itamaraty, abraçaram simbolicamente o prédio na sexta-feira</p>
Os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Maria do Rosário (Direitos Humanos), junto com 1 mil funcionários do Itamaraty, abraçaram simbolicamente o prédio na sexta-feira
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Após quatro dias dos ataques ao Palácio Itamaraty, durante protestos em Brasília, os funcionários trabalham nesta segunda-feira na tentativa de colocar o prédio em ordem e restaurar a imagem externa de um dos edifícios mais bonitos e visitados da cidade. No total, foram destruídas 62 vidraças, o tampo de uma mesa e um abajur. O acervo de obras raras, que fica no interior do edifício, não foi atingido. O levantamento total de prejuízos está em fase de elaboração.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

Do lado de fora do palácio havia mais de dez pichações, inclusive uma com a palavra corrupção, no portão da garagem do secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Eduardo dos Santos. O prédio do Palácio Itamaraty, conhecido também como Palácio dos Arcos, foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O local está entre os mais visitados da Esplanada dos Ministérios. No interior do prédio, é possível admirar exemplos da arquitetura moderna e também obras de arte do patrimônio nacional.

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No Itamaraty há painéis de Athos Bulcão, Rubem Valentim, Sérgio Camargo, Maria Martins e afresco de Alfredo Volpi. O paisagismo foi feito por Roberto Burle Marx. O projeto de construção do prédio levou anos para ser concluído devido às dificuldades técnicas para atender às inovações da proposta. O Palácio Itamaraty é formado por três edifícios: o prédio principal e os anexos 1 e 2, sendo que este último é conhecido como Bolo de Noiva. Em frente ao edifício, sobre o espelho de água que foi invadido por manifestantes, está a escultura batizada de Meteoro, de Bruno Giorgi.

Suspeitos são identificados

A Polícia Civil do Distrito Federal já identificou os nomes de sete suspeitos de depredar o prédio, mas apenas um teve o nome divulgado: Cláudio Roberto Borges de Souza, 32 anos. Ele aparece de camiseta laranja no dia da manifestação, e já cumpre pena de prisão domiciliar por furto. As investigações sobre ele serão encaminhadas à Polícia Federal.

A Polícia Civil informou que somente divulgará os nomes dos seis suspeitos restantes depois de finalizar o inquérito, inclusive ouvindo cada um dos os investigados. Por se tratar de acusação por depredação de prédio público, os nomes dos acusados também poderão ser enviados à Polícia Federal depois de concluídas todas as etapas da investigação.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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