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PR decreta luto oficial de 3 dias pela morte de Zilda Arns

13 jan 2010 - 11h50
(atualizado às 14h01)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), decretou luto oficial de três dias em função da morte de Zilda Arns, coordenadora da Pastoral da Criança. Vítima do terremoto que abalou a cidade de Porto Príncipe, capital do Haiti, a médica pediatra e sanitarista foi encontrada ao lado de um tenente do Exército brasileiro, que também não resistiu aos ferimentos, pela mulher do embaixador brasileiro em Porto Príncipe, Roseana Kipman.

Zilda Arns, Fundadora da Pastoral da Criança, está entre os mortos no Haiti
Zilda Arns, Fundadora da Pastoral da Criança, está entre os mortos no Haiti
Foto: Divulgação

"Morreu no Haiti minha amiga Zilda Arns. Decretei três dias de luto oficial. É uma grande perda para o Brasil e dor para os amigos", disse o governador paranaense.

"Que Deus receba a alma dessa grande brasileira. Zilda Arns morreu como viveu, defendendo a crença na justiça social", afirmou o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, cujos subordinados da Defesa Civil devem embarcar ainda na manhã desta quarta para o Haiti.

"Não existe sensação de perda maior. A humanidade perde com a ausência dela", disse o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB).

Zilda nasceu no dia 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (SC). Viúva, era mãe de cinco filhos - Rubens, Nelson, Heloísa, Rogério e Silvia. Ela começou a vida profissional como médica pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, em Curitiba (PR).

A história da Pastoral da Criança começou em 1982, numa reunião sobre a paz mundial, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. O então diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para Infância e Adolescência (Unicef), James Grant, disse ao irmão de Zilda, d. Paulo Evaristo Arns, na época cardeal de São Paulo, de que a Igreja poderia ajudar a salvar a vida de muitas crianças, que morriam de doenças de fácil prevenção, como a desidratação causada pela diarréia.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o Haiti após o terremoto que devastou o país nesta terça-feira. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Fonte: Redação Terra
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