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Oriente Médio

WikiLeaks: Ahmadinejad compara Irã ao Brasil na questão nuclear

29 nov 2010 - 17h46
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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, citou o Brasil durante uma reunião com o líder russo Vladimir Putin em Teerã, quando o último perguntou sobre os motivos de declarações anti-semitas do iraniano. De acordo com o documento, vazado pelo site WikiLeaks, Ahmadinejad não respondeu diretamente à indagação, apenas disse que seu país "não estava fazendo nada na esfera nuclear diferente do Brasil". Em seguida, Putin teria afirmado que o Brasil não está no Oriente Médio. No documento, datado de abril de 2009, não fica claro quando a conversa teria ocorrido.

infográfico info wikileaks
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Foto: Reuters

O documento é de origem russa e classificado como "secreto", segundo o site. Nele, a Rússia aceitaria desenvolver com os Estados Unidos um escudo anti-mísseis, mas as negociações deveriam começar do zero, incluindo na localização dos equipamentos. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, teria no entanto, rejeitado que os EUA descontinuassem seus planos para construírem escudos na Europa Oriental em troca de uma pressão russa para que o Irã encerrasse seu suposto programa nuclear. Para o ministro, "cada assunto deve ser considerado separadamente".

Ainda de acordo com o documento, Lavrov, disse que as questões de controle de armas são de "prioridade máxima". Ele reconheceria que Moscou estaria preocupado com o desenvolvimento de mísseis de longo alcance por parte do Irã e disse que seu país estaria preparado para uma nova abordagem junto aos iranianos com incentivos. Ele afirmou, no entanto, que a Rússia suspendeu a venda de equipamento bélico para o Irã.

O site WikLeaks, especializado em vazar informações secretas, divulgou no final de semana cerca de 250 mil telegramas com informações de materiais que normalmente teriam sido mantidos confidenciais por décadas.

Irã minimiza documentos, e Kremlin compara com filmes
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, minimizou nesta segunda-feira a importância dos documentos vazados pelo site WikiLeaks e disse que eles se tratam de uma conspiração que não vai afetar as relações entre os países árabes. "O WikiLeaks está publicando de modo sistemático e programado e não tem crédito. Parece mais uma guerra psicológica e não terá o impacto político que eles querem" afirmou Ahmadinejad.

O Kremlin comparou os documentos vazados com um filme de Hollywood. "Os heróis inventados de Hollywood dificilmente merecem comentários oficiais", afirmou Natalia Timakova, porta-voz do Kremlin, segundo as agências russas. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, também minimizou a importância dos vazamentos do portal, especializado em divulgar material confidencial governamental, e negou que os documentos publicados possam afetar as relações entre Rússia e EUA.

Outros documentos citam o Brasil
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, em outros documentos, os EUA consideram que o Brasil disfarça a prisão de terroristas. O relato foi feito de maneira secreta em 8 de janeiro de 2008 pelo então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel. Os documentos da diplomacia dos EUA citam a ligação de um libanês preso em abril de 2009, acusado de ter ligações com o grupo Al-Qaeda, e mencionam uma operação da PF em Santa Catarina, quando foi presa uma pessoa suspeita de ligações com extremistas sunitas.

Segundo outros vazamentos, a diplomacia americana vigia de perto os líderes da América Latina e suspeita da possível presença da Al-Qaeda na tríplice fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina. Os documentos apontam "detalhes inesperados sobre a personalidade de alguns líderes proeminentes" e demonstram o "papel que desempenham as mais íntimas facetas humanas nas relações políticas", segundo o jornal espanhol El Pais, um dos quais recebeu documentos do WikiLeaks.

Com informações das agências EFE, AFP e Reuters.

Fonte: Redação Terra
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