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Política

Viagem de Dilma aos EUA será decidida após reunião com Figueiredo

Palácio do Planalto confirmou na noite deste sábado que decisão sobre viagem aos Estados Unidos será tomada após reunião com chanceler

14 set 2013 - 21h07
(atualizado às 21h19)
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O Palácio do Planalto confirmou na noite deste sábado que a decisão sobre a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos só será tomada depois de reunião com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. A agência Reuters noticiou hoje que assessores próximos de Dilma têm orientado a presidente a cancelar sua viagem oficial aos Estados Unidos. 

A viagem, prevista para ocorrer no próximo mês, aconteceria após revelações de que a mandatária brasileira e outros órgãos do País foram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês). Figueiredo viajou aos Estados Unidos nesta semana para ouvir as explicações das autoridades americanas a respeito das denúncias de espionagens, e é aguardado em Brasília para apresentar seu relatório a Dilma.

Entre aqueles que encorajam Dilma a cancelar a viagem está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a Reuters.

Dilma participou neste sábado do sepultamento do ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Lula, Luiz Gushiken, no cemitério do Redentor, em São Paulo, onde esteve acompanhada do ex-presidente da República e de diversos ministros. No início da noite, a presidente chegou a Porto Alegre (RS), onde pernoitará. Na manhã de domingo, Dilma prestigiará a cerimônia de conclusão das obras da plataforma de petróleo P-55, em Rio Grande, no sul do Estado.

Espionagem americana no Brasil

Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

Monitoramento

Reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.

De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, então candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.

O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.

Fonte: Terra
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