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Polícia

Troca de favores gerou briga entre Rosemary e Paulo Vieira

1 dez 2012 - 08h53
(atualizado às 08h56)
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A troca de favores entre Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, e Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), foi marcada por brigas, discussões e cobranças. Segundo a Folha de S. Paulo, uma troca de e-mails interceptados com autorização da Justiça mostra as reclamações da dupla com a demora de um atender as solicitações do outro. O caso de maior desavença entre eles aconteceu em 22 de abril de 2009, quando Rosemary encaminha a Paulo Vieira uma mensagem com o título "Cobranças sem fundamento". Rose reclama da pressa de Vieira em ver todos os pedidos feitos pelo então diretor da ANA atendidos. "Não gostei nem um pouco de suas cobranças. O que não está andando além da Anac (Agência Nacional de Avião Civil)?", questiona ela. Segundo ela, todos os outros pedidos feitos na Bahia - ela não especifica quais - e na ANA estão "bem encaminhados".

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Vieira, como mostram outras mensagem interceptadas pela polícia, mostrava interesse em expandir seu "poder" no Estado. Na relação de pedidos, falta apenas o do Banco do Brasil, explica Rose. As mensagens não deixam claro qual é a solicitação de Vieira, mas a PF suspeita que seja um cargo em alguma vice-presidência. "(Os pedidos) serão resolvidos após a posse da nova diretoria que é amanhã. As pessoas precisam sentar na cadeira e tomar pé do que está em jogo", escreve Rose. No dia 23, como Rose antecipara a Vieira, a nova diretoria do BB toma posse. O tom nos e-mails entre os dois permanece assim durante todo o dia, até que o ex-diretor da ANA encaminha um e-mail, às 17h06. Nele, com o título "dados" apenas uma frase: "Preciso dos dados para as providências". Em nota, a ex-assessora diz que nunca fez nada ilegal.

Operação Porto Seguro

Deflagrada em 23 de novembro de 2012, a operação Porto Seguro, da Polícia Federal, investiga um esquema de favorecimento de interesses privados em processos públicos. As agências nacionais de Transportes Aquaviários (Antaq), de Águas (ANA), e de Aviação Civil (Anac), a Advocacia-Geral da União (AGU), a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e o Ministério da Educação (MEC) estão entre os órgãos envolvidos na operação.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Cruzeiro (SP), Dracena (SP), Santos (SP), São Paulo e Brasília. Dezoito pessoas foram indiciadas suspeitas de participação no esquema, entre elas a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e o advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves.

As investigações apontam que os acusados cometeram crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, violação de sigilo funcional e formação de quadrilha. A presidente Dilma Rousseff determinou a exoneração ou afastamento de todos os servidores envolvidos.

Fonte: Terra
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