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Política

STF quer julgar mensalão mineiro e petista na mesma sessão

5 nov 2009 - 19h32
(atualizado às 21h15)
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O relator do processo do mensalão mineiro no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, sugeriu que os dois supostos esquemas que ficaram conhecidos por esse nome - o mineiro e o que teria sido operado no governo Luiz Inácio Lula da Silva - sejam julgados no mesmo dia. De acordo com o ministro, esta seria uma forma de garantir um tratamento igualitário para os dois casos. O tribunal aceitou ação contra 39 pessoas no caso petista, mas o mineiro ainda está em análise na Corte.

"A necessidade de aclarar esse tema é enorme. Trata-se de um processo que guarda similaridade com outro grande processo que temos a julgar. São dois processos que cuidam de corrupção política da mais alta gravidade. Esses dois processos devem ser conduzidos com muito rigor. Acho que inclusive esses dois processos devem ser julgados na mesma data para que não haja discrepância. Para que não haja tratamento desigual", afirmou Barbosa logo após o pedido de vista apresentado pelo ministro José Antônio Dias Toffolli.

O pedido foi feito hoje no julgamento em que o STF avalia se aceita a abertura de uma ação penal contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) pela participação no esquema que teria desviado dinheiro público para sua campanha de reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998. Toffoli pediu para suspender o julgamento depois que o senador afirmou que um recibo no valor de R$ 4,5 mil, anexado ao processo, seria falso.

Barbosa falou ainda da necessidade de acelerar o processo de apreciação dos dois casos. "Os fatos desses dois processos datam de 1998",disse.

A proposta recebeu apoio do ministro Carlos Ayres Britto. "Esse filme já é conhecido", disse. O ministro Marco Aurélio também concordou. "Não se trata de ser rigoroso. Não é o juiz que é rigoroso. A lei que é rigorosa. O tratamento dos dois processos deve ser equidistante e o julgamento na mesma data pode ajudar nisso", afirmou.

O mensalão

Omensalão petista era um suposto esquema de repasse de verbas a parlamentares da base aliada de Lula para que aprovassem projetos de interesse do governo. Já o homônimo mineiro teria utilizado como fachada o patrocínio de eventos esportivos para mascarar a prática de caixa dois na campanha à reeleição do então governador de Minas e hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB).

Os dois supostos esquemas contaram com a participação das empresas de Marcos Valério e com a utilização do Banco Rural. O mensalão petista foi denunciado pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PDT-SP) e provocou a cassação e renúncia de mandatos de parlamentares da base, além da queda do ex-ministro José Dirceu, homem forte do primeiro governo do presidente Lula.

Agência Brasil Agência Brasil
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