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Política

SP: presidente da Câmara de Marília é investigado por compra de votos

5 nov 2012 - 22h23
(atualizado às 22h29)
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Talita Zaparolli
Direto de Marília

Doze dos 13 vereadores de Marília, no interior de São Paulo, votaram a favor da instauração de Comissão Processante (CP), nesta segunda-feira, para investigar o presidente da Câmara, Yoshio Sérgio Takaoka (PSB), suspeito de compra de votos nas últimas eleições. Takaoka entrou com mandado de segurança para garantir sua permanência no cargo de presidente do Legislativo. O pedido foi aceito pela Justiça e, dessa forma, ele continuará exercendo a função até a decisão final da CP. Ele presidiu a sessão de hoje e assistiu a leitura do requerimento que poderá decidir o seu futuro.

O parlamentar não compareceu à delegacia da Polícia Federal (PF) hoje à tarde, onde era aguardado para prestar depoimento. O advogado dele, Cristiano Mazeto, protocolou uma petição alegando que Takaoka estaria ocupado com a sessão da Câmara. Com isso, o parlamentar foi intimado novamente e deverá comparecer à delegacia da PF nesta terça-feira.

Mais de 30 pessoas já foram ouvidas pela polícia e confirmaram o crime. Takaoka e dois servidores parlamentares (um motorista e uma assessora) chegaram a ser presos no último dia 24 e liberados no dia seguinte após pagamento de fiança. Eles vão responder ao processo em liberdade. No momento da prisão, o vereador e os servidores foram flagrados em um carro oficial da Câmara, com documentos, como contratos de prestação de serviços e folhas de cheque assinadas por Yoshio, com os valores em branco, além de uma lista com nomes de centenas de eleitores.

"Eles criaram uma estratégia de campanha eleitoral onde supostamente contratavam pessoas, para trabalhar, inicialmente no dia da eleição. Foram mais de 400 cheques fornecidos a terceiros. Um fato importante é que essas pessoas não eram pessoas comuns e sim especificamente eleitores que, em tese, iriam votar. Um fato muito importante ressaltar é que 400 fiscais para o dia da eleição, nenhum partido político contrata", explicou o delegado da PF Sandro Viana dos Santos.

Nesta terça-feira, a Polícia Federal deverá concluir a investigação sobre a suposta compra de votos. De acordo com o delegado, várias irregularidades foram encontradas na prestação de contas do parlamentar. "Há funcionários da Câmara de vereadores ligados diretamente ao presidente Yoshio Takaoka que fizeram doações para a campanha do vereador em valores até mesmo superiores aos seus salários", disse Viana.

Novo flagrante

Durante horário de expediente na Câmara, uma assessora parlamentar, que também é investigada por suspeita de compra de votos, foi flagrada na seda de PF fazendo cópias de um dos inquéritos para Takaoka. Ela alegou que foi à delegacia a pedido do presidente. "Ela não é assessora do vereador e sim da presidência da Câmara. Ela não recebe do vereador, mas da Câmara Municipal. E ela estava prestando um serviço que, em tese, é um serviço particular, organizando documentação da prestação de contas do vereador. Fato similar ao que ocorreu no dia em que ela foi presa", afirmou o delegado. A assessora foi ouvida e liberada.

Fonte: Especial para Terra
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