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Política

SP: Lula tenta negar, mas encontro evidencia pré-candidatura de Padilha

10 ago 2013 - 00h17
(atualizado às 00h24)
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em Bauru, a 330 quilômetros de São Paulo, na noite desta sexta-feira, onde participou do 3º Encontro do Interior promovido pelo partido em busca do fortalecimento da sigla no interior do Estado. Contrariando as expectativas, Lula negou que estivesse participando do evento para dar a largada na candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao governo do Estado nas eleições de 2014.

Recebido pelos militantes com gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”, o fundador do Partido dos Trabalhadores criticou a imprensa e defendeu o programa Mais Médicos em seu discurso.

“O companheiro Padilha não é candidato. Eu vi aqui o Gilberto Carvalho fazer quase uma procissão de fé que o Padilha não é candidato, mas a hora que ele [Padilha] pegou a palavra, ele falou como candidato. E nós temos que entender as razões dele e da presidenta Dilma. Ele apresentou à nação brasileira um programa para recuperar a questão da saúde nesse país. E ele apresentou isso numa medida provisória que está dentro do Congresso Nacional. Ele não pode apresentar uma proposta e sair de fininho e deixar a ‘coisa’ sem ser aprovada no Congresso. Portanto ele vai ter que ficar até aprovar essa questão e aí sair para fazer a briga que ele quiser”, disse Lula.

Apesar de ter saído do evento sem lançar oficialmente Padilha, os mais de 5 mil militantes que participaram do encontro saíram com a certeza de que o PT aposta suas fichas no atual ministro da Saúde para buscar o inédito controle do Palácio dos Bandeirantes. Apesar de não oficializar a pré-candidatura de Padilha ao governo de SP, Lula deixou claro seu apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

“Eu tenho certeza que esse país, poucas vezes, teve uma presidente com o caráter, a força e a competência da companheira Dilma Rousseff”, defendeu Lula. “Terei muito orgulho de poder morrer feliz no dia seguinte às eleições se a gente puder anunciar de uma só vez, a vitória da presidenta Dilma e da eleição pela primeira vez do governador do estado de São Paulo", completou.

Antes de Lula, Padilha repetiu o discurso que havia feito durante inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Bauru há menos de uma semana, abordando seu trabalho à frente do ministério da Saúde, sua formação acadêmica e sua ligação com o estado de São Paulo.

“Nos 645 municípios, não tem um que não receba verbas da saúde, destinada pelo Governo Federal. Até no menor município do país, Borá, que fica no estado de São Paulo”, defendeu.

O encontro aconteceu em um haras e reuniu lideranças do partido de todo o Estado, além de deputados estaduais e federais, o senador Eduardo Suplicy e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Faixas de apoio à candidatura de Padilha foram espalhadas por todo o salão onde o evento acontecia com dizeres como “Melhor remédio para São Paulo? Padilha 2014”, “São Paulo quer o melhor, São Paulo quer Padilha” e "Padilha 2014. Estamos com você".

Do lado de fora do evento, na entrada da propriedade um pequeno grupo de manifestantes protestava durante a chegada dos convidados. Eles estenderam faixas com dizeres contrários ao ministro e cobravam reajuste da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para as Santas Casas.

“Nós sabemos que o PT tem vários desafios no futuro. Nós sabemos que o interior de São Paulo é estratégico nesse processo todo. O PSDB tem uma base forte aqui então é importante nós nos fortalecermos para o processo eleitoral”, disse o presidente da Câmara de vereadores de Bauru, Sandro Bussola (PT). O peemedebista Rodrigo Agostinho, prefeito de Bauru, também participou do evento petista, mas de forma bastante tímida.

O discurso do ex-presidente Lula foi, de longe, o menor entre as lideranças petistas que estavam no encontro. Isso porque, na sequência Lula se dirigiria de jatinho para a capital paulista onde deverá realizar novos exames no hospital Sírio-Libanês para desmentir boatos de que estaria novamente com câncer. Os exames são realizados anualmente, mas Lula resolveu antecipá-los para pôr fim aos boatos. “Eu não vou morrer na pressa que eles desejam que eu morra”, criticou.

Disputa interna para o Senado

Lula terá que ter jogo de cintura para escolher entre o senador Eduardo Suplicy e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para a disputa do Senado já que ambos miram uma vaga em 2014.

Ao chegar ao encontro, atrasado, o experiente Suplicy foi ovacionado pelos militantes. Já Gilberto Carvalho, menos conhecido, mas peça chave do governo petista, ao que tudo indica, é o preferido da presidente Dilma Rousseff e de boa parte da cúpula do PT. Durante o encontro Suplicy e Carvalho ocupavam lados opostos da mesa.O ex-presidente terá que intervir na disputa interna, já que nas eleições de 2014, São Paulo terá apenas uma cadeira no Senado.

Longa espera

Para conseguir ver de perto o ex-presidente Lula, muitos militantes chegaram ao local três horas antes do evento. Ocupando as primeiras cadeiras, eles se mostravam emocionados ao ver e ouvir as palavras do petista e tentavam conseguir fotos e autógrafos. Alguns choravam durante o discurso que durou menos de meia hora. 

Fonte: Especial para Terra
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