SP: Lula recebe ministra do Planejamento em seu apartamento
4 nov2011 - 12h52
(atualizado às 12h58)
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Sem receber visitas desde que recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve recepcionar na tarde desta sexta-feira, em seu apartamento em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Segundo a assessoria de Lula, o ex-presidente abriu uma exceção para a ministra, que cumpre agenda oficial na cidade.
Dilma diz que Lula está poupando a voz e falando baixo:
Lula está em tratamento contra um câncer de laringe, diagnosticado no último sábado. Ele deixou o Sírio-Libanês na terça-feira, após ser submetido à sua primeira sessão de quimioterapia. No mesmo dia, divulgou um vídeo em que agradece as manifestações de solidariedade que recebeu desde que a doença foi descoberta. "Estou preparado para enfrentar mais uma batalha e acho que nós vamos conseguir tirar de letra. Basta que a gente siga recomendações médicas, basta que a gente faça aquilo que precisa ser feito", disse, ao lado da mulher, Marisa Letícia.
"Sem perseverança, sem persistência, sem muita garra a gente, a gente não consegue nada. E nenhum ser humano pode se deixar vencer por uma dor ou por um câncer, ou seja, nós temos que lutar", disse. "O que aconteceu comigo é daquelas coisas que acontece com todo mundo, mas a gente pensa que só acontece com os outros, nunca com a gente", afirmou Lula, sobre o diagnóstico de câncer.
O ex-presidente aproveitou para pedir que os brasileiros continuem "botando fé nesse País". "Temos que (acreditar na nossa presidenta, ajudá-la, porque assim é que o Brasil vai para frente. Não existe espaço para pessimismo, para ficar lamentando."
Com a voz bastante rouca, o ex-presidente afirmou estar "doido para falar uns 'companheiros e companheiras' mais fortes. E ainda brincou ao se despedir: "um beijo e até a primeira assembleia, o primeiro comício ou o primeiro ato público."
O câncer de Lula
Após queixa de dores de garganta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma série de exames na noite de 28 de outubro. Na manhã do dia seguinte, foi divulgado boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informando que foi diagnosticado um tumor maligno na laringe, que seria inicialmente tratado por quimioterapia.
O câncer na região da laringe é mais comum entre homens e o de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Os principais fatores que potencializam a doença são o tabagismo e o consumo de álcool. Já os sintomas são: dor de garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, sensação de "caroço" na garganta e falta de ar.
Veja nas fotos a seguir os políticos que são ou já foram pacientes do cardiologista Roberto Kalil Filho
Foto: Agência Brasil e Agência Senado / Art by Terra
Lula - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi diagnosticado com um tumor maligno na laringe dois dias após completar 66 anos, em outubro de 2011. Lula se queixava de rouquidão e dor de garganta, quadro que fez com que Roberto Kalil Filho o aconselhasse a fazer exames. O líder petista iniciou tratamento quimioterápico em São Paulo
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
Dilma Rousseff - A presidente recebeu, em abril de 2009, o diagnóstico de linfoma - um tipo de câncer com origem no sistema linfático - e passou por cirurgia para a retirada de um tumor de cerca de 2 cm embaixo da axila. Ela perdeu parte do cabelo e chegou a usar uma peruca durante o tratamento, coordenado por Kalil Filho. Quatro meses depois, os médicos informaram que ela estava livre do câncer
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
José Alencar - O ex-vice-presidente da República foi diagnosticado com câncer em 1997. Durante a batalha contra a doença, até ser vencido em março deste ano, o político passou por diversas internações no Hospital Sírio-Libanês, onde era assistido por Kalil Filho
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
José Sarney - O presidente do Senado foi internado em abril de 2010 no Hospital Sírio-Libanês para uma cirurgia de retirada de um cisto benigno no lábio superior. A operação, que não prejudicou o bigode característico do político, foi acompanhada por Kalil Filho
Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado
Mendes Ribeiro Filho - Ministro da Agricultura desde agosto de 2011, o gaúcho se afastou das atividades em Brasília para se submeter a uma cirurgia para retirada de um tumor diagnosticado no cérebro. Uma das equipes que assistiu o político no Hospital Sírio-Libanês foi coordenada por Kalil Filho. O ministro já havia passado por uma cirurgia para retirar um tumor cerebral
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Marisa Letícia - A ex-primeira-dama é atendida por Roberto Kalil Filho desde que seu marido, Lula, se tornou paciente do cardiologista
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
José Eduardo Cardozo - O ministro da Justiça foi internado em junho de 2011 no Hospital Sírio-Libanês para ser submetido a uma cirurgia de hemorróidas, após sofrer um sangramento. Ele foi assistido pela equipe de Roberto Kalil Filho durante a internação
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
Fernando Lugo - O presidente do Paraguai foi diagnosticado em agosto de 2010 com um linfoma não-Hodgkins (não agressivo). Ele foi a São Paulo fazer quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês, onde foi atendido por Kalil Filho. No final do ano passado, os médicos declararam que os tumores haviam desaparecido
Foto: AP
Aloizio Mercadante - O então senador pelo PT de São Paulo, hoje ministro da Ciência e Tecnologia, passou por uma cirurgia para a extração da vesícula biliar, em junho de 2004, no Hospital Sírio-Libanês. A operação foi assistida pela equipe de Kalil Filho
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Eunício Oliveira - Em abril de 2004, o então ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, passou por tratamento com Kalil Filho no Hospital Sírio Libanês. O hoje senador pelo PMDB do Ceará havia sido internado em Brasília com um quadro de infecção urinária intensa
Foto: Roosewelt Pinheiro / Agência Brasil
Miriam Belchior - A ministra do Planejamento do governo Dilma Rousseff teve um pico de pressão alta em 1º de fevereiro de 2012, em Brasília, e foi levada para São Paulo para consultar com Kalil Filho