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Política

SP: estudantes de Bauru protestam por saída de pastor Feliciano

Cerca de 150 pessoas participaram de ato contra a permanência do deputado Marco Feliciano à frente da Comissão de Direitos Humanos

23 mar 2013 - 20h10
(atualizado às 20h16)
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Manifestantes, entre estudantes da Unesp, ateístas e membros de organismos pró-diversidade participaram do protesto
Manifestantes, entre estudantes da Unesp, ateístas e membros de organismos pró-diversidade participaram do protesto
Foto: Talita Zaparolli / Especial para Terra

A onda de protestos contra a permanência do pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara dos Deputados se espalha por todo o Brasil. Na tarde deste sábado, cerca de 150 pessoas realizaram uma manifestação em Bauru, no interior de São Paulo, para reivindicar a saída do deputado do cargo.

Além de instrumentos musicais, estudantes também levaram panelas e outros acessórios para o protesto
Além de instrumentos musicais, estudantes também levaram panelas e outros acessórios para o protesto
Foto: Talita Zaparolli / Especial para Terra

Desde que foi indicado para presidir a comissão, Feliciano tem sido acusado de dar declarações racistas, homofóbicas e sexistas. Os manifestantes usaram apitos, narizes de palhaço, cartazes com mensagens de repúdio às declarações do político, além de instrumentos musicais e panelas. Eles ainda pintaram os rostos de verde e amarelo.

O grupo saiu do Parque Vitória Régia, um dos cartões postais da cidade, seguiu pelas avenidas Nações Unidas e Duque de Caxias até chegar ao Parque Paulistano, onde fica a sede do diretório municipal do PSC. O local também é residência do presidente do partido em Bauru, pastor Celso Nascimento. Apesar de uma das janelas da casa estar aberta, indicando que haveria alguém no local, ninguém saiu enquanto os manifestantes estiveram lá.

"A manifestação foi motivada pela incoerência que é o Marco Feliciano presidir uma comissão de defesa de direitos humanos e minorias, composta justamente por grupos que ele discrimina", explica o estudante de engenharia mecânica Felipe Pisaneschi, 23 anos, um dos organizadores do protesto. "Se ele está no meio desse 'tiroteio' é por causa da pressão popular de atos como o que estamos fazendo aqui. A população também sabe fazer política", avalia.

A decisão sobre a permanência do deputado no cargo, segundo a própria Câmara, está nas mãos dos líderes do partido de Feliciano. Nesta semana o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), pediu pessoalmente aos líderes do PSC para que Feliciano renuncie ao cargo.

"Ele não vai se sustentar à frente do cargo diante de tudo o que vem acontecendo. Até então o deputado Marco Feliciano era um desconhecido, mas agora ele pode até fazer papel de vítima deixando a presidência da comissão e ainda ter ganhos políticos com isso. Para nós trata-se de estratégia de marketing", avalia o vereador Markinho da Diversidade (PMDB), única liderança política presente na manifestação.

"Se o partido não tomar uma atitude, a tendência é que seus candidatos percam votos nas próximas eleições", avalia Pisaneschi.

Também participaram do ato em Bauru, além de estudantes de engenharia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), membros da Associação Bauru pela Diversidade (ABD), Núcleo Ateísta de São Paulo, Levante Popular da Juventude, além do Observatório de Educação em Direitos Humanos da Unesp e centros acadêmicos da universidade em Bauru.

Nas eleições de 2010, o pastor Marco Feliciano foi o quarto candidato a deputado federal mais votado em Bauru, com 2.725 votos. Tiririca (PR) ficou em primeiro lugar na opção dos bauruenses com 8.934 votos, seguido por Gabriel Chalita (PSB) com 3.354 votos e, em terceiro, José Aníbal (PSDB) que recebeu 2.743.

Fonte: Especial para Terra
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