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Política

SP: 'vou fundar um partido', brinca vereador após deixar o PSDB

20 abr 2011 - 00h00
(atualizado às 01h52)
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Simone Sartori
Direto de São Paulo

Após anunciar sua saída do PSDB, junto a outros quatro parlamentares, o vereador Gilberto Natalini disse que ainda não se decidiu sobre qual será o seu próximo partido. Natalini afirmou a jornalistas, nesta terça-feira, durante sessão na Câmara Municipal de São Paulo, que não se filiará ao PSD, legenda recém-fundada pelo prefeito Gilberto Kassab. Perguntado sobre qual seria o seu "próximo ninho", o vereador garantiu ter "preferências", mas que ainda está "pensando". Em tom bem humorado, ele chegou a dizer: "acho que vou fundar um partido", em referência a Kassab, que deixou o DEM para formar o PSD.

O vereador Gilberto Natalini se disse triste, mas "aliviado" por deixar o PSDB
O vereador Gilberto Natalini se disse triste, mas "aliviado" por deixar o PSDB
Foto: Léo Pinheiro / Terra

No entanto, nos bastidores, a informação é que o grupo dissidente do PSDB teria como destino o PSD. "Não sabemos para onde vamos. Cada um de nós tem uma história de vida, tem uma opção", afirmou Natalini, no plenário. Ele ainda agradeceu a bancada tucana e falou em "alívio" ao deixar o partido.

"É uma decisão que nos deixa tristes, muito tristes, profundamente entristecidos, mas nos deixa também, de certa forma, aliviados", afirmou, para, em seguida, disparar contra supostas "facções" no partido e citar ofensas e perseguição como motivadores da revoada tucana.

"Nós nos sentimos profundamente atingidos pela forma com a qual uma secção, uma facção, uma parte do partido que assumiu o diretório municipal de São Paulo e, provavelmente, vai assumir o diretório estadual de São Paulo, tem tratado a bancada do PSDB, uma parte importante da bancada do partido, de uma forma que nós achamos, dentro do debate político, extremamente ofensiva, extremamente persecutória, extremamente dura, acima de nossas forças de suportar", afirmou.

A jornalistas, após sua fala no plenário, Natalini disse que a suposta perseguição teria sido provocada pelo acordo firmado com José Serra e Gilberto Kassab para a formação de uma chapa única nas eleições municipais de 2008. "Cumprimos nossa palavra", disse, lembrando que Serra fez um "apelo muito profundo" para o grupo não deixar a legenda.

Numa tentativa de apaziguar os ânimos, o líder do PSDB na Câmara Municipal, vereador Floriano Pesaro, afirmou que tentará reverter a situação e que conversará com os parlamentares que anunciaram a saída do partido tucano. Ele afirmou ainda que não foi discutida a possibilidade de questionar os mandatos na Justiça Eleitoral.

Pesaro acredita que a saída dos vereadores poderá trazer consequências para a legenda, pontua que o PSDB precisará se recuperar, mas que o partido ainda integra a base governista. "Nós temos co-responsabilidade com essa administração. (O PSDB) Não tem como não ser da bancada pró-governo".

Sobre a possível saída do vereador Adolfo Quintas, Gilberto Natalini disse que o colega também deixará o partido, mas, em seguida, adota um discurso cauteloso. "Ele está fora do Brasil, não vou responder por ele, deixa ele voltar e vocês perguntam".

Bastidores

Um dia depois de anunciarem a saída do PSDB de São Paulo, na última segunda-feira, pelo menos quatro vereadores do grupo, entre eles, o presidente da Câmara, José Police Neto, participaram da sessão na Câmara de terça-feira. Na pauta da sessão, os vereadores Dalton Silvano, Juscelino Gadelha, Ricardo Teixeira e Souza Santos, do grupo dissidente, ainda eram listados como tucanos. No site da Câmara, no entanto, às 21h30, Natalini e Santos já apareciam como "sem partido".

Nos bastidores da sessão, o clima era de expectativa pelos próximos passos dos dissidentes e a posição do partido tucano diante da debandada. Porém, após cumprido um minuto de silêncio pela morte de um líder comunitário da zona leste, um assessor parlamentar não identificado, fez piada. "(O minuto de silêncio) É pelo falecimento do PSDB".

Fonte: Terra
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