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Política

Serra diz que plebiscito é 'absurdo' e que Dilma está acuada

24 jun 2013 - 22h44
(atualizado às 22h59)
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O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) disse nesta segunda-feira que a proposta da presidente Dilma Rousseff de convocar um plebiscito sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte para realizar a reforma política é “absurda”. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, ele afirmou que Dilma está “acuada” e “atira para todos os lados”. “É uma proposta inviável. Para quê é feito? Para que as pessoas vejam e achem que a Presidência está atuando”, disse. 

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/pactos-dilma/iframe.htm" href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/pactos-dilma/iframe.htm">veja o infográfico</a>

"Uma proposta dessa não tem pé nem cabeça. Para começar, você tem que aprovar uma lei no congresso aprovando o plebiscito. Segundo, você tem que marcar uma data, mobilizar a Justiça Eleitoral, ter horário eleitoral, e depois você tem que eleger os membros da Constituinte, que são independentes, não são parlamentares”, afirmou o tucano.

Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas
Manifestações tomam as ruas do País; veja fotos

Serra também falou sobre as manifestações que tomaram conta das ruas do País nas últimas semanas. “O futuro não será mais o mesmo”, afirmou, dizendo que foi “um grande agitador de rua”. “Só não virei bonde porque era pesado”, brincou. “Na época, não tinha telefone, então mobilizar era muito difícil. Hoje, a internet potencializou o protesto.”

Para o ex-governador, a sociedade está mais à frente dos partidos. “Ninguém vai faturar (com os protestos) do ponto de vista partidário. Quem achar que está entendendo a situação, que sabe o que vai acontecer, está completamente por fora”, afirmou.

Serra disse que, se estivesse no lugar do governador de São Paulo, o também tucano Geraldo Alckmin, teria feito o reajuste do metrô em janeiro. Alckmin suspendeu o aumento da tarifa do transporte público após as manifestações no Estado. “Metrô tem que ter financiamento, dinheiro não vem do céu. Agora, dada as circustâncias, foi inevitável (a suspensão do aumento).”

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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