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Política

Senadora beneficiada por Ficha Limpa lamenta voto de Fux

23 mar 2011 - 19h58
(atualizado às 21h29)
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Com o voto contrário à aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa para 2010 do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, a senadora Marinor Brito (Psol-PA) disse nesta quarta-feira, no Senado, que "lamentavelmente, o voto tão esperado do Brasil, de um advogado de carreira, de um juiz (Fux), que não foi questionado pela carreira jurídica quando foi indicado para ser Ministro do Supremo, não conseguiu trazer novidades". Com o voto de Fux, é provável que ela perca o mandato.

Senadora Marinor Brito lamentou voto de Fux
Senadora Marinor Brito lamentou voto de Fux
Foto: Moreira Mariz / Agência Senado

Marinor, quarta colocada nas eleições para o Senado do Pará, chegou ao Congresso após as candidaturas de Jader Barbalho (PMDB) e de Paulo Rocha (PT) terem sido invalidadas pela Justiça Eleitoral. O peemedebista foi enquadrado na lei por renunciar ao mandato de deputado federal para escapar de uma possível cassação. O caso parou no STF, que manteve a impugnação da candidatura. O recurso de Paulo Rocha não foi julgado na Suprema Corte.

Senadores são solidários
Senadores presentes afirmaram que não encaravam a fala de Marinor como um discurso de despedida. Randolfe Rodrigues (Psol-AP) afirmou não ter uma "perspectiva fatalista" e crê na companhia da colega e que os casos devem ser analisados caso a caso. João Pedro (PT-AM) disse que "se (ela) perder o mandado, perde o mandato, mas não vai perder a voz".

Paulo Davim (PV-RN) disse que entende a tristeza e a indignação de Marinor, que interrompeu e afirmou: "mais indignação do que tristeza, quero deixar bem claro".

O pedetista Pedro Taques (MT) disse que o caso o fez lembrar de uma pergunta que sua filha de 3 anos o fez: "por que somos corruptos?". "Não geneticamente corruptos", mas "moralmente", disse ele, que ainda defendeu a educação como forma de combate aos desvios.

Conhecido por levantar a bandeira da educação, Cristóvam Buarque (PDT-DF) afirmou que corrupção é "ladroagem", e criticou o fato de apropriações de dinheiro público serem encarados como "desvios" em vez de "roubo". Demonstrou tristeza com a possível saída de Marinor, mas disse que continuam juntos. Ainda sobre saídas de parlamentares, Sandro Inácio (PCdoB-CE) lembrou de Carlos Prestes e outros, "cassados" em 1946, segundo ele.

"Perdemos uma batalha, mas não a guerra", afirmou o gaúcho Paulo Paim (PT), que defendeu o direito de Marinor em permanecer na Casa. Na sequencia, ela reiterou que não fazia discurso de despedida. Após Wellington Dias (PT-PI) salientar sua "capacidade de luta", a paraense criticou Luiz Fux.

Segundo ela, durante a sabatina no Senado, Fux afirmou que a "Justiça brasileira não podia ficar de costas para a constitucionalidade da lei, e que o voto dele assusta e atende aos interesses dos fichas-suja do País".

Fonte: Terra
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