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Senador eleito: todo município deve mapear áreas de risco

14 jan 2011 - 11h07
(atualizado às 18h02)
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Em entrevista ao Jornal do Terra sobre a situação das cidades afetadas pelas enchentes no Sudeste, Lindberg Farias (PT-RJ), senador eleito e ex-prefeito do município fluminense de Nova Iguaçu, afirmou, nesta sexta-feira, que levará ao plenário uma proposta que exigirá de todos os municípios brasileiros, em um prazo de no máximo 12 meses, o mapeamento de suas áreas de risco.

Equipes de resgate trabalham em região atingida de Nova Friburgo
Equipes de resgate trabalham em região atingida de Nova Friburgo
Foto: Jadson Marques / EFE

"Não existe um mapeamento nacional. Temos que saber o tamanho dessa encrenca. Quantas pessoas moram em áreas de risco? Temos que impor uma data para que todo município tenha um cadastro com o Ministério da Integração, para termos uma estratégia. O programa 'Minha casa, minha vida', do governo federal, tem que ser focado nessas áreas de risco", disse Lindberg.

Para ele, as duas principais medidas nos municípios de Teresópolis e Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, onde foram registradas a maior parte das mais de 500 vítimas fatais das chuvas deste início de ano, são o socorro às pessoas que continuam em áreas de risco e o restabelecimento da energia elétrica e de suprimentos. "Ainda mais importante que a liberação de recursos é a montagem de uma equipe para organizar as buscas às vítimas. Continuam existindo distritos rurais, neste momento, em que o socorro ainda não chegou. Quando sobrevoamos esses locais, havia áreas que ainda não eram de risco, e que agoram passaram a ser. Pode haver novos desmoronamentos e há previsão de chuva até domingo. Os esforços têm que ser direcionados para evitar o aumento do número de vítimas", afirmou.

O senador eleito, que sobrevoou a região na companhia de Dilma Rousseff, comentou a atuação da presidente no episódio. "Ela estava muito tranquila em relação à recuperação da cidade, sabe que o foco tem de ser no socorro às vítimas. Acho que a presidente acertou em vir ao Rio ontem (quinta-feira), se reunir com prefeitos e com o governador, montar um gabinete de crise", avaliou. "Nossa presidente tem uma grande qualdiade: é muito objetiva, muito prática. Voltei com ela para Brasília, e ela estava preocupada na construção de um plano nacional de comabte a desastres", disse.

De acordo com Lindberg, Dilma conversou com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para que ele entrasse em contato com operadores de telefone e restabelecesse a possibilidade de as vítimas em áreas isoladas firmarem contato com os socorristas.

Lindberg reconheceu que a burocracia é "infelizmente, uma realidade". Para ele, prefeituras pequenas sofrem com a falta de estrutura para lidar com situações de emergência.

Reforço

Após o anúncio de que 300 homens da Força Nacional de Segurança seriam enviados à região serrana, nesta sexta-feira, 250 garis da Comlurb irão para Nova Friburgo para iniciar o trabalho de limpeza da cidade. Os trabalhadores usarão roupas especiais para atuarem na lama e contarão com pás mecânicas e carros-pipa.

Mesmo com todos os esforços, ainda é muito difícil o acesso de bombeiros a alguns pontos das áreas afetadas. Desde quinta-feira, helicópteros levam militares para que o resgate das vítimas seja feito. No Vale do Cuiabá, região devastada por uma enxurrada, ainda há moradores isolados.

Prejuízo para a rede hoteleira

Segundo a Defesa Civil, todas as estradas que cortam o Rio devem ser liberadas para o tráfego de veículos ainda nesta sexta-feira. As autoridades pedem cautela, já que as vias não estão em condições ideais.

Além de mortes e destruição, as chuvas provocaram muitos prejuízos na região serrana. De acordo com o prefeito de Teresópolis, Mario Jorge, serão necessários R$ 590 milhões para reconstruir a cidade. Estima-se que hotéis e pousadas de Nova Friburgo e Petrópolis devam sofrer perdas de R$ 32 milhões nos próximos 30 dias. Aproximadamente metade das reservas para o Canaval já foram canceladas.

Começam os sepultamentos

Na quinta-feira, mais de 30 vítimas da tragédia foram sepultadas em Teresópolis. O elevado número de mortos e a pequena quantidade de capelas fizeram com que a prefeitura orientasse familiares das vítimas a não fazerem velórios. Os enterros continuaram até as 22h. Vítimas de Nova Friburgo estão sendo sepultadas a cada cinco minutos.

Fonte: Redação Terra
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