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Sarney: 'não desejava o cargo, mas não pude fugir'

1 fev 2011 - 13h48
(atualizado às 14h37)
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O ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) foi reeleito, nesta terça-feira, presidente do Senado e, em seu discurso de vitória, afirmou que vai se esforçar para fazer a melhor administração de sua vida, "porque será a última", apesar de não ter desejado o cargo inicialmente.

"Não desejava o cargo, dele não pude fugir", disse Sarney, que se emocionou ao falar que será seu mandato de despedida. "Vou me esforçar para fazer a melhor administração que já fiz, até porque será a última (...) Tenho nesta posse o gosto da despedida. Esta casa que é um pouco de minha vida e um pouco de meu amor".

Sarney disse que iniciará seu quarto mandato como presidente do Senado buscando uma integração maior com as redes sociais, como continuidade de seus feitos que, segundo ele, contribuíram para a modernização do Congresso. "O Parlamento hoje tem que acompanhar as informações em tempo real, e todas as suas consequências", afirmou. "Se perdermos o contato com a realidade, nossa representatividade pode se esvair em um instante".

O peemedebista listou também entre as prioridades da nova legislatura "as reformas política e eleitoral, a fiscalização da legislação relativa ao pré-sal e o grave problema das medidas provisórias".

Segundo o ex-presidente da República, seu estilo de administrar é dividindo funções e responsabilidades, estando aberto a sugestões dos demais parlamentares. "Dividirei minhas funções com a de outros colegas, porque ela não é solitária", afirmou. "Sem o apoio da casa, sem a compreensão da casa, nada pode ser feito. Quero o apoio de todos".

Sarney chorou ao falar sobre sua trajetória política e afirmou que protestou contra a cassação de mandatos durante o golpe de 1964, sendo o único governador a se opor à criação do AI-5. Além disso, destacou a importância da Constituição na relação dos Poderes. "É a Constituição que define o nosso rumo, ao traçar que os Poderes são harmônicos, mas ela acrescenta o dever de exercê-los com independência".

Após agradecer aos senadores que o elegeram, Sarney encerrou a sessão e convocou os parlamentares para a terceira reunião preparatória, que definirá a composição da mesa diretora. A reunião deve ocorrer no meio da tarde desta terça-feira.

Votação para presidência do Senado

Com o voto de 70 dos 81 senadores, José Sarney foi reeleito para seu quarto mandato como presidente do Senado logo após a cerimônia de posse dos 54 senadores. Com o apoio declarado da maioria das bancadas, Sarney vai gerir a Casa nos próximos dois anos. Randolfe Rodrigues (Psol-AP) obteve oito votos. Dois parlamentares votaram em branco e um anulou seu voto.

O peemedebista havia declarado que não pretendia concorrer à reeleição, mas que a "unanimidade do PMDB insistiu em sua reeleição". Na última sexta-feira, quando confirmou a candidatura, Sarney atribuiu a insistência do PMDB para que concorresse à sua capacidade em "manter a unidade do partido".

Para eleger o presidente, os 54 senadores empossados se somaram aos 27 que ainda cumprem o mandato de oito anos no plenário. Primeiro foram eleitos os líderes das bancadas para depois passar à eleição da Mesa. Além de Sarney, o PSOL lançou como candidato o senador Randolfe Rodrigues (AP). Como havia dois candidatos, a votação foi feita em cédulas de papel.

José Sarney toma posse como presidente do Senado pela quarta vez
José Sarney toma posse como presidente do Senado pela quarta vez
Foto: Agência Senado
Fonte: Terra
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