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Política

RS: aeromédico é suspenso e Sartori vai de aeronave à festa

Criança de três anos em estado grave teve que ser transportada em helicóptero da Brigada Militar, não adaptado para serviços de emergências

10 fev 2015 - 16h10
(atualizado às 16h45)
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<p>Secretário de Saúde do RS, disse em entrevista que o serviço do aeromédico era totalmente dispensável</p>
Secretário de Saúde do RS, disse em entrevista que o serviço do aeromédico era totalmente dispensável
Foto: Governo RS / Divulgação

Os médicos que atenderam uma criança argentina de três anos que ficou em estado grave ao cair do terceiro andar de um hotel na cidade de Capão da Canoa (RS), nesta terça-feira, tiveram dificuldades para conseguir transferi-la para Porto Alegre porque ouviram que o serviço de transporte e resgate aeromédico, do governo do Estado, tinha sido suspenso. Foi improvisado um helicóptero da Brigada Militar (PM local) para realizar o translado. No final de semana, o governador do Estado, José Ivo Sartori, usou uma aeronave paga pelo Estado para participar do aniversário de um vereador no litoral gaúcho.

O secretário de Saúde de Capão da Canoa, Abel Valmiro da Silva Junior, foi informado que o serviço de transporte e resgate tinha sido suspenso. “Ligamos para a base (do aeromédico) e informaram que o serviço estava desativado. Então a Brigada cedeu uma aeronave, que nem é adaptada, para realizar o transporte para Porto Alegre, no HPS, onde existe UTI pediátrica”. Segundo ele, uma enfermeira do Samu e a médica que atendeu a criança no hospital Santa Luzia acompanharam o transporte.

A transferência da criança coloca em cheque as declarações do governo do Estado, que nega que o serviço tenha sido suspenso. No final do mês passado, o secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo, disse em entrevista ao jornal Zero Hora que o serviço era “totalmente dispensável”.

A Secretaria Estadual de Saúde não soube dizer quantos atendimentos tinham sido realizados pelo aeromédico neste ano, e por meio de nota explicou que o serviço passará por uma reestruturação, já que atuava com tripulação da Brigada e socorristas cedidos pela prefeitura da cidade de Imbé, de forma improvisada.

“A Secretaria Estadual da Saúde (SES) esclarece que o serviço de resgate e transporte aeromédico não foi e não será desativado. O termo de cooperação hoje existente com a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) está mantido, mas deverá ser revisto no sentido de qualificação, e não de desativação. Juntamente à SSP será deliberada a questão da utilização compartilhada das novas aeronaves adquiridas para o serviço aéreo, com a proposta que os dois helicópteros possam ser usados no reforço das ações de patrulhamento, resgate e assistência. A parceria entre a Brigada Militar e o Samu também envolverá a qualificação e treinamento dos pilotos, assim como será realizada a regularização dos servidores que atuam no transporte aeromédico”, diz trecho do comunicado.

Governador vai de helicóptero para aniversário de vereador

No sábado, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, que tem defendido controle total e economia das despesas públicas, gastou R$ 13 mil dos cofres do Estado para participar de um evento na cidade de Tapes, como parte de sua agenda oficial. Em seguida, ele embarcou para o litoral gaúcho, onde participou da festa de aniversário do vereador porto-alegrense Idenir Cecchim, que é peemedebista, como Sartori.

Segundo a assessoria de imprensa, a participação do governador no evento do vereador foi considerada como um compromisso oficial, porque o governador teria sido convidado no Palácio Piratini pelo vereador para participar da festa.

Ainda de acordo com a assessoria, o compromisso constava na agenda oficial do governador, mas a agenda daquele dia não foi enviada para o Terra, apesar de ter sido solicitada.

Fonte: Especial para Terra
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