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Polícia

Rosemary conseguiu diploma falso para ex-marido ganhar emprego

30 nov 2012 - 08h08
(atualizado às 08h11)
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Rosemary Noronha, ex-assessora da Presidência, conseguiu um diploma falso de bacharel em administração para seu ex-marido. O certificado era necessário para que seu ex, José Cláudio Noronha, ingressasse no conselho de administração da Brasilprev, seguradora controlada pelo Banco do Brasil. A empresa não informou quanto ele recebia por participar de reuniões. Conselheiros do BB recebem R$ 19,7 mil para ir a uma reunião, semestral ou anual. Segundo relatório da Polícia Federal, o diploma foi obtido por Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), preso sob acusação de liderar um grupo que fazia tráfico de influência no governo. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

O certificado foi emitido em 2009 pelo Centro de Ensino Superior de Dracena, no interior paulista. O diploma foi registrado na Universidade Federal de São Carlos, conforme exige o Ministério da Educação para certificados de faculdades particulares. Em 2009 aparecem os primeiros e-mails entre Rose e Vieira sobre o certificado. No dia 1º de abril, ela cobra "o diploma de JCN", iniciais do ex. Resposta: "A questão de JCN encontra-se em fase de registro no órgão do MEC (...)". Ele promete solução para maio. Em 4 de maio, Rose pergunta qual será a formação do ex. "Baixaréu (Sic) em administração", responde Vieira. Só em novembro o diploma é enviado ao ex-marido, segundo e-mail interceptado. Rose agradece: "Finalmente! Obrigadaaaaaaaaaaaaaaa".

Operação Porto Seguro

Deflagrada no dia 23 de novembro pela Polícia Federal (PF), a operação Porto Seguro realizou buscas em órgãos federais no Estado de São Paulo e em Brasília para desarticular uma organização criminosa que agia para conseguir pareceres técnicos fraudulentos com o objetivo de beneficiar interesses privados. A suspeita é de que o grupo, composto por servidores públicos e agentes privados, cooptava servidores de órgãos públicos também para acelerar a tramitação de procedimentos.

Na ação, foram presos os irmãos e diretores Paulo Rodrigues Vieira, da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além das empresas estatais em Brasília, como a Anac, a ANA e os Correios, foram realizadas buscas no escritório regional da Presidência em São Paulo, cuja então chefe, Rosemary Nóvoa de Noronha, também foi indiciada por fazer parte do grupo criminoso. O advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, também foi indiciado durante a ação.

Exonerada logo após as buscas, Rosemary ela teria recebido diversos artigos como propina. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, em troca do tráfico de influência que fazia, ela chegou a ganhar um cruzeiro com a dupla sertaneja Bruno e Marrone, cirurgia plástica e um camarote no Carnaval do Rio de Janeiro.

O inquérito que culminou na ação foi iniciado em março de 2011, quando, arrependido, Cyonil da Cunha Borges de Faria Jr., auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), procurou a PF dizendo ter aceitado R$ 300 mil para fazer um relatório favorável à Tecondi, empresa de contêineres que opera em Santos (SP). O dinheiro teria sido oferecido por Paulo Rodrigues Vieira entre 2009 e 2010. Vieira é apontado pela PF como o principal articulador do esquema. Na época, ele era ouvidor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e conselheiro fiscal da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

Em decorrência da operação, foram afastados de seus cargos o inventariante da extinta Rede Ferroviária Federal S.A., José Francisco da Silva Cruz, o ouvidor da Antaq, Jailson Santos Soares, e o chefe de gabinete da autarquia, Enio Soares Dias. Também foi exonerada de seu cargo Mirelle Nóvoa de Noronha, assessora técnica da Diretoria de Infraestrutura Aeroportuária da Anac. O desligamento ocorreu a pedido da própria Mirelle, que é filha de Rosemary.

Fonte: Terra
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