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Política

RO: Justiça afasta prefeito e 6 vereadores por “mensalinho"

Legisladores recebiam valores mensais para votar a favor dos interesses do executivo

30 mar 2015 - 19h40
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<p>Toninho Correa é empresário em Buritis e declarou patrimônio de R$ 2,5 milhões ao TSE</p>
Toninho Correa é empresário em Buritis e declarou patrimônio de R$ 2,5 milhões ao TSE
Foto: Divulgação

O prefeito e seis vereadores da cidade de Buritis, no interior de Rondônia (332 km de Porto Velho), foram afastados de suas funções públicas na manhã desta segunda-feira (30). Eles são acusados de participar de um esquema de pagamento de propina para garantir apoio político na câmara dos vereadores aos projetos de interesse do executivo.

A prática, que ficou conhecida como “mensalinho de Buritis”, faz alusão ao grande escândalo de corrupção envolvendo membros do Governo Federal, parlamentares e demais correligionários do PT no primeiro mandato do ex-presidente Lula. Em Rondônia, a ação foi descoberta após a Operação Perfídia, que buscou documentos na prefeitura em meados deste mês.

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Além do prefeito Toninho Correia (PMDB), os vereadores Júlio Cesar Antunes (PTdoB), Júlio Cesar Frasson (PTB), Reinaldo Silvestre (PSD), Raimundo da Conceição (PTB), Milton Borges (PSD) e Jaci Alves (PSD) estão impedidos de chegar a pelo menos 300 metros de qualquer instituição pública da cidade. Eles também não podem se reunir com testemunhas, nem demitir servidores.

Os mandados foram cumpridos através do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) da Polícia Civil de Rondônia. Para fins de possível ressarcimento ao erário público dos desvios, a Justiça também determinou a indisponibilidade dos bens de todos os investigados. Dentre eles também estão servidores da prefeitura ligados ao setor de licitações.

Como o grupo agia

Segundo a denúncia dos promotores, assim que assumiu o mandato em 2013, o prefeito Toninho Correa teria criado um grupo de vereadores para manter uma base aliada na câmara e aprovar seus projetos, o chamado “G6”. Mês a mês ele repassava valores em dinheiro a esses parlamentares para votar em favor do executivo.

De acordo com o MP, o dinheiro que abastecia o esquema era repassado aos vereadores através de empresários, vencedores de licitações públicas na prefeitura de Buritis. Os promotores apuraram diversas irregularidades nesses contratos e também há suspeita de superfaturamento de produtos. O pedido de afastamento foi determinado após denúncias de coação com testemunhas do caso.

Toninho Correa é empresário em Buritis e disputou as eleições de 2012 com mais três candidatos. Foi eleito com 7.852 votos válidos (46% do total). Ao Tribunal Superior Eleitoral, declarou ser dono de um patrimônio de mais de R$ 2,5 milhões. O Terra fez várias tentativas de contato telefônico com o prefeito, mas não obteve sucesso. Assessores dos vereadores também não quiseram comentar o caso.

Fonte: Especial para Terra
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