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Política

RJ: para Paes, políticos precisam ouvir as ruas

25 jun 2013 - 20h21
(atualizado às 20h30)
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<p>Eduardo Paes negou que tenha se sentido desconfortável porque governadores e prefeitos só foram avisados das medidas que seriam propostas após o anúncio da presidente</p>
Eduardo Paes negou que tenha se sentido desconfortável porque governadores e prefeitos só foram avisados das medidas que seriam propostas após o anúncio da presidente
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press

Apesar de fazer parte da base aliada à presidente Dilma Rousseff, o prefeito do Rio, Eduardo Paes parece estar de acordo com quase tudo. Quase. Quando perguntado ser era favor da convocação de uma Constituinte para uma reforma política, não foi taxativo. “Sou amplamente a favor da reforma política. Talvez uma constituinte deixasse isso mais claro. Mas é preciso que esse debate seja aberto o quanto antes, porque aí está a origem da corrupção e das coisas mal feitas” disse o prefeito, se dizendo também a favor de que a corrupção se transforme em crime hediondo, de que se importem médicos e de que haja um pacto por melhoras da educação e da mobilidade

urbana.

Ele negou que tenha se sentido desconfortável porque governadores e prefeitos só foram avisados das medidas que seriam propostas após o anúncio da presidente. “Acho que a presidente chamou para si a responsabilidade.

“O  País tem que enfrentar o desafio de fazer uma Copa e uma Olimpíada. Temos condições de ter educação e saúde de qualidade e fazer Copa do Mundo. O que a população está dizendo é que quer que as coisas sejam bem feitas. A população é contra estádio elefante branco, estádio caro demais” disse, sem citar nomes. O estádio mais caro da Copa é o de Brasília, que custou mais de R$ 1,6 bilhões, e o Maracanã, do Governo do Rio de Janeiro, que custou mais de R$ 1,3 billhão.

Sobre os movimentos populares que tomaram as ruas do País protestando, Paes se recusou a fazer uma avaliação de se o movimento perdeu força ou pode acabar. “Toda vez que vejo movimento eu presto atenção. Quando bota 300 mil pessoas aqui na frente da prefeitura eu olho mais. Bobo, estúpido é aquele que acha que a população não está mostrando nada. Temos que ter disposição, mostrar diálogo.”, disse.

Paes voltou a chamar de bobo quem acha que tem movimento político por trás dos protestos. “O que a gente vem vendo no Brasil é de mobilização de uma parte da sociedade, insatisfeita com serviços e com os poderes. O que as pessoas estão dizendo a gente precisa ouvir.”

O prefeito negou a intenção de seguir os passos do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de congelar os pedágios, e disse que não pensa em manter o preço do pedágio da Linha Amarela, via de ligação entre a zona norte a zona oeste da cidade. “No Brasil, essa história de congelamento nunca deu certo. Congelamos agora o pedágio, daqui a pouco outra coisa e outra. Somos uma economia forte e, apesar do ‘Pibinho’, podemos ir além. E a sociedade está pedindo isso” afirmou. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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