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Política

Rio: polícia atende reivindicações de manifestantes na Câmara

9 ago 2013 - 19h50
(atualizado em 13/8/2013 às 16h47)
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Tropa de Choque foi chamada e ficou do lado de fora do prédio para possíveis manifestações mais fortes
Tropa de Choque foi chamada e ficou do lado de fora do prédio para possíveis manifestações mais fortes
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter

Os manifestantes que desde a manhã desta sexta-feira ocupam o plenário da Câmara de Vereadores do Rio se reuniram por mais de uma hora com o negociador da Polícia Militar, coronel Mauro de Andrade. A retomada das negociações só foi possível porque a PM atendeu as exigências dos ativistas que pediram o restabelecimento da luz no plenário, água, alimentação e acesso aos sanitários.

Os manifestantes também pediram que o presidente da Câmara, vereador Jorge Felippe (PMDB), mantenha um diálogo direto com o grupo ou designe uma comissão de negociação. Também participaram da reunião os vereadores Paulo Pinheiro, Jefferson Moura, Renato Cinco e o deputado federal Chico Alencar, todos do Psol.

Segundo Renato Cinco, o presidente da Câmara concordou em se reunir com os manifestantes na próxima terça-feira, desde que o prédio seja desocupado. O grupo de ativistas prossegue em assembleia, no plenário, decidindo o que fará nas próximas horas. Manifestantes também estão concentrados no lado de fora do Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia, em apoio aos que ocupam o plenário.

O coronel Mauro de Andrade determinou que o efetivo deixe o local, com exceção de uns poucos policiais, entregando a tarefa de segurança do prédio da Câmara para a Guarda Municipal. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Colaborou com esta notícia o internauta José Carlos Pereira de Carvalho, do Rio de Janeiro (RJ), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Agência Brasil Agência Brasil
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