"Eu ainda não escolhi o ministro da Saúde", diz Dilma
- Luciana Cobucci
- Direto de Brasília
Em reunião com autoridades da saúde nesta quarta-feira, a presidente eleita Dilma Rousseff afirmou que ainda não decidiu quem ocupará o Ministério da Saúde no seu governo. Ela desmentiu o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que afirmou na terça-feira que a futura chefe do Executivo teria convidado o atual secretário de Saúde do Estado, Sérgio Côrtes, para assumir a pasta e aceitado o cargo. A reunião começou por volta das 16h30 desta quarta-feira e conta com 35 autoridades de saúde, entre eles o atual ministro, José Gomes Temporão.
Dilma fez a afirmação a fotógrafos e cinegrafistas autorizados a entrar na reunião. Quando todos estavam a postos, ela afirmou: "eu ainda não escolhi o ministro da Saúde". A informação foi confirmada pelo coordenador de transição de Dilma, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), que estava na reunião.
A manobra serviria para acalmar o PMDB, partido do vice-presidente eleito, Michel Temer (SP). Ele afirmou nesta quarta-feira que a sigla quer "quatro ou cinco" ministérios no governo Dilma e que caso Côrtes fosse confirmado no Ministério da Saúde, ele entraria "na cota pessoal" da presidente.
Segundo Cardozo, durante a reunião, Dilma não falou em recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para injetar recursos na saúde. O coordenador da transição afirmou que no primeiro ano de governo Dilma vai dar prioridade à gestão de recursos do setor.
"Para financiar a saúde não é preciso, necessariamente, criar um novo imposto. Os recursos atuais podem ser potencializados para atingir melhores resultados no setor", disse Cardozo.
Estiveram reunidas autoridades e profissionais de todo o País, da rede pública e privada, para coletar sugestões e informações sobre a saúde no Brasil. Entre os presentes, está o diretor do Hospital do Coração e ex-ministro da Saúde, Adib Jatene; o diretor do Hospital Sírio-Libanês, Raul Cutait; da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha; e Lucia Braga, da Rede Sarah. Este é o segundo debate setorial promovido por Dilma no período de transição de governo. O primeiro foi sobre políticas para a erradicação da pobreza.
