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Política

Quem tem que fazer campanha é quem quer meu lugar, diz Dilma

9 ago 2013 - 14h22
(atualizado às 16h03)
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A presidente Dilma Rousseff rejeitou que esteja fazendo campanha para a reeleição quando defende as ações e os números do governo, argumentando que quem precisa fazer campanha são aqueles que querem o seu lugar, disse Dilma em entrevista a rádios gaúchas nesta sexta-feira.

Ela voltou a defender que a taxa de desemprego no país continua baixa, apesar de estar há seis meses sem ceder, que a inflação está sob controle e que o Brasil não é alvo da desconfiança de investidores internacionais.

"É escandaloso que alguém diga que o desemprego cresceu... O fato é que o Brasil nunca teve uma taxa tão baixa de desemprego", disse a presidente, comparando a geração de 826 mil novas vagas formais de emprego no primeiro semestre desse ano ao volume de empregos criados durante o primeiro governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 1998.

"Esse é o ponto, é outra situação macroeconômica (comparada à época de FHC), somos capazes para criar 826 mil empregos (no semestre). Em quatro anos 4,4 milhões (de novas vagas)", argumentou.

A taxa de desemprego do Brasil surpreendeu em junho ao subir para 6,0 por cento, marcando o sexto mês seguido que não cede e o patamar mais alto desde abril de 2012, ao mesmo tempo em que o rendimento da população caiu pela quarta vez seguida.

Questionada se estava com o discurso afiado para buscar a reeleição, Dilma rejeitou que esse fosse o objetivo da comparação.

"Não estou pronta para discurso de campanha, estou pronta para defender o meu governo."

"Eu não faço campanha, porque todo o resto tem que fazer campanha porque quer o meu lugar. Eu estou sentada neste lugar e estou exercendo o governo. A troco de que eu vou fazer campanha? Tenho que governar", prosseguiu Dilma.

Dilma também repudiou as críticas que apontam desconfiança dos investidores no Brasil e lançam dúvidas sobre o interesse nos programas de concessão em infraestrutura, uma das apostas do governo para manter o nível de geração de empregos e dar impulso ao crescimento econômico.

A presidente questionou como é possível esse cenário de desconfiança diante do volume de Investimento Externo Direto (IED) que tem ingressado no país nos últimos meses.

"Me explica...como permite que tenhamos 30 bilhões de dólares investimento externo direto no Brasil em seis meses?", questionou.

"Se repetir o primeiro semestre, vai ser 60 bilhões de dólares. É um número excelente considerando a situação internacioonal", argumentou.

O governo pretende conceder vários trechos ferroviários e rodoviários nos próximos meses depois de ter lançado um ambicioso programa de logística, que sofreu meses de atraso porque o governo se recusava a aumentar as taxas de retorno dos projetos a pedido dos investidores.

Também estão previstas licitações de portos e aeroportos e o leilão do primeiro campo de petróleo na camada pré-sal pelo regime de partilha.

INFLAÇÃO

Dilma também voltou a dizer que a inflação no país está sob controle e que existe uma situação de queda generalizada de preços.

"A inflação no Brasil está sob controle, nós tivemos um período de dificuldades e conseguimos superá-lo. Foi feito um esforço e essa superação ocorreu", afirmou a presidente, sem fazer projeções para a inflação, apenas defendendo que ela ficará dentro da meta do governo, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

"Eu tenho absoluta certeza que ela estará dentro da meta", disse.

Em julho, o IPCA registrou leve alta de 0,03 por cento, acumulando em 12 meses 6,27 por cento.

(Reportagem de Jeferson Ribeiro)

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