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Política

Psol pede apuração rigorosa de denúncias contra governador do DF

7 nov 2011 - 15h34
(atualizado às 15h43)
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O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Patrício (PT), se comprometeu a levar à Mesa Diretora um documento entregue pela executiva do Psol do DF sobre as denúncias relativas ao programa Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes, e que envolvem o governador Agnelo Queiroz (PT). A próxima reunião da Mesa está marcada para esta terça-feira. O Psol exige uma apuração rigorosa das denúncias contra Queiroz.

Presidente Dilma Rousseff abraça o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, entre o ex-jogador Pelé (esq.) e o presidente do Senado, José Sarney (dir.)
Presidente Dilma Rousseff abraça o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, entre o ex-jogador Pelé (esq.) e o presidente do Senado, José Sarney (dir.)
Foto: Agência Brasil

Para o presidente do Psol no DF, Toninho de Andrade, a Câmara deve se manifestar sobre o assunto e ouvir os envolvidos. Segundo ele, "há questões políticas que devem ser analisadas e fiscalizadas pelo Poder Legislativo, principalmente sobre as gravíssimas denúncias veiculadas pelas revistas semanais dando conta do envolvimento do ex-ministro Orlando Silva, do governador Agnelo Queiroz, do João Dias, do atual Secretário de saúde, Rafael Barbosa, dentre outros."

Orlando Silva pede demissão do Ministério do Esporte

Orlando Silva (PCdoB) pediu demissão do Ministério do Esporte no dia 26 de outubro, após reunião com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do seu partido, Renato Rabelo. Silva não resistiu à pressão para que deixasse o cargo após denúncias de fraudes em contratos entre a pasta e organizações não-governamentais (ONGs). Sexto ministro de Dilma a cair ainda no primeiro ano de governo, Silva foi apontado por uma reportagem da revista Veja de outubro como o líder de um esquema de corrupção que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Na falta de um nome definitivo indicado pela presidente, o secretário-executivo da pasta, Waldemar de Souza, também do PCdoB, assumiu a chefia no ministério interinamente.

Segundo o delator do suposto esquema, o policial militar e militante do PCdoB João Dias Ferreira, ONGs recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

Ferreira foi um dos cinco presos em 2010 durante a Operação Shaolin, que apontou diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades. Por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, ele firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006. Antes de pedir demissão, Silva exigia a Ferreira a devolução do dinheiro repassado. No dia 17 de outubro, o então ministro protocolou um pedido para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigasse as denúncias.

No dia 19 de outubro, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem que afirmava que a pasta prorrogara até agosto de 2012 um convênio de R$ 911 mil do programa Segundo Tempo com uma entidade de fachada que, apesar de ter assinado o contrato em dezembro de 2009, jamais executou o projeto no entorno do Distrito Federal. O jornal ainda acusou a mulher de Orlando Silva, Ana Petta, de ter recebido recursos públicos de uma ONG de filiados do PCdoB. Petta teria utilizado sua empresa de produção cultural, a Hermana, para assinar contrato com ONG Via BR, que havia recebido R$ 278,9 mil em novembro de 2010.

No dia 24, Ferreira prestou depoimento à PF, no qual afirmou que pelo menos 20 ONGs estariam dispostas a delatar o suposto esquema. Ele entregou 13 áudios, um celular e mídias que comprovariam os desvios. Segundo o PM, no entanto, nenhum continha a voz de Silva, assim como nenhuma das provas o atingia diretamente. No dia seguinte, o Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou a abertura de inquérito para investigar o caso. De acordo com o advogado de Silva, foi o próprio ex-ministro quem pediu a investigação, mas ele teve que abrir mão do cargo após o governo avaliar que não poderia mantê-lo sendo investigado pela mais alta corte do País.

Fonte: Terra
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