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Política

PSB recusa indicação de Renan Calheiros para presidir Senado

30 jan 2013 - 15h44
(atualizado às 16h04)
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O PSB divulgou, na tarde desta quarta-feira, uma nota oficial com críticas ao atual processo de escolha da presidência do Senado, o qual, segundo o partido vai ocorrer num momento de desgaste da imagem institucional da Casa. A legenda estava na cota de apoiadores do PMDB, que acena com indicação de Renan Calheiros (PMDB-AL), mas opôs resistência ao nome.

O gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu hoje com 81 vassouras, baldes e panos de chão. Movimentos anticorrupção pedem um presidente ficha limpa
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Foto: Elio Rizzo / Futura Press

"Achamos que neste processo o nome de Renan complica mais ainda, porque há claramente denúncias e acusações que pesam sobre a candidatura dele. À medida que ele não se coloca como candidato, não se pode discutir isso abertamente", afirmou a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), que distribuiu um manifesto à imprensa. Ela disse que não vê possibilidade de o partido apoiar a candidatura de Renan Calheiros (PMDB-AL); todavia, se o PMDB apresentar outro nome, seria um caso a ser avaliado.

Ao divulgar o panfleto, a parlamentar disse que a intenção é denunciar o constrangimento vivido pelo Senado. Além de rechaçar o eventual nome indicado pelo PMDB, Lídice criticou o partido por não ter até agora indicado oficialmente seu nome para assumir o comando da Casa - a eleição está marcada para a próxima sexta-feira.

"Não concordamos com o processo como está sendo desenvolvido. Sequer temos a formalização de candidaturas e estamos às vésperas da eleição de uma casa legislativa da maior importância para a vida política do povo. Não há plataforma em discussão, nem uma agenda de trabalho", afirmou ela.

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Segundo a nota do PSB, a atuação do Congresso e do Senado tem deixado a desejar, e os "cidadãos e cidadãs, com toda justeza, queixam-se da ineficiência, do desrespeito à ética, da falta de maior sintonia com as grandes aspirações da nação".

Lídice da Mata lembrou de temas importantes que passaram pelo Parlamento em 2012 e não tiveram uma resposta adequada à sociedade, como o Orçamento, que não foi votado; o Fundo de Participação dos Estados, cujo critério de distribuição não foi definido; e a CPI do Cachoeira, que terminou sem indiciar ninguém. "Há uma grande insatisfação expressa na opinião pública. É um momento de fazermos uma autocrítica", disse ela.

Estava marcada para esta quarta-feira uma reunião entre os parlamentares Pedro Taques (PDT-MT), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pedro Simon (PMDB-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF) e João Capiberibe (PSB-AP) para tratar do assunto. Taques disse ontem que colocou seu nome ao grupo para disputar a presidência do Senado, caso o nome indicado pelo PMDB seja Renan Calheiros.

Denúncia

No dia 15, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou Renan Calheiros ao Supremo Tribunal Federal (STF). Investigação do Ministério Público em 2007 concluiu que o senador teria apresentado notas frias para justificar seu patrimônio. Na época, Renan ocupava a presidência da Casa e renunciou ao cargo.

"Independentemente de qualquer nome, o Senado precisa de renovação", defendeu Pedro Taques. Na quinta-feira, ele tentará convencer a bancada de seu partido a aderir ao seu nome, caso saia como candidato avulso. "O PDT tem que saber o que quer, se vai ficar vivendo do passado ou olhar para o futuro", ressaltou ele.

Caso a candidatura do pedetista se concretize, a bancada de 11 senadores do PSDB estudará apoio ao parlamentar. O líder do partido, Álvaro Dias (PR), defende uma candidatura alternativa, no caso, a de Pedro Taques.

Calheiros tem evitado qualquer declaração pública e trabalhado nos bastidores para garantir o apoio da maioria dos senadores. Segundo sua assessoria, ele só dará entrevista depois da decisão da bancada.

As eleições de sexta-feira envolverão, além da presidência, a escolha de outros dez nomes para compor a nova Mesa Diretora. Além disso, serão escolhidos os novos presidentes e vice-presidentes de 11 comissões permanentes.

Com informações da Agência Senado

Fonte: Terra
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