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Política

Protestos pelo Brasil pedem renúncia do presidente do Senado

24 fev 2013 - 14h17
(atualizado às 16h58)
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Manifestantes caminharam pela orla de Copacabana durante ato contra o presidente do Senado
Manifestantes caminharam pela orla de Copacabana durante ato contra o presidente do Senado
Foto: Ale Silva / Futura Press

Sob um calor de mais de 30º, dezenas de pessoas caminharam neste domingo na orla de Copacabana, zona sul da capital fluminense, pedindo a renúncia do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Com faixas, cartazes e gritos de ordem, foram até o Leme, recebendo apoio dos banhistas.

O protesto foi organizado por meio de uma página de relacionamentos na internet, e acontece simultaneamente em mais de 30 cidades, incluindo as capitais Brasília, Belém, Vitória, Florianópolis e Maceió. Em Alagoas, Estado que elegeu o político para o Senado, mais de duas mil pessoas confirmaram presença.

De acordo com uma das organizadoras do ato no Rio, a assistente social Maria Abreu de Oliveira, 40 anos, as pessoas precisam "ir às ruas como no impeachment do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello", em 1992.

"Não achamos justa a forma que esse senhor assumiu o Senado, é hora de tomar as ruas, pintar a cara e mostrar nossa indignação", disse Maria Abreu. "O brasileiro, por causa da repressão, não tem o costume de ir às ruas, mas é preciso resgatar o velho jeito de protestar e sair da internet", completou.

Carregando faixas com os dizeres Choque de ordem no Senado, Fora Renan e Chega de Corrupção, os manifestantes chamaram atenção de quem passava pela orla. "Temos uma petição assinada por milhares de pessoas. Isso não pode passar em branco, é a vontade do povo", disse a estudante Júlia Marques, 24 anos.

Vergonha

A moradora de Copacabana, Juliana dos Santos Silva, 23 anos, que não sabia do protesto, se juntou ao grupo. "Esse Congresso todo é uma vergonha", disse ao reforçar o coro dos manifestantes. Outros pediram para que o senador "faça como o Papa (Bento XVI)" e renuncie ao cargo.

A Guarda Municipal não estimou o número de participantes. Segundo a organização, eles somavam cerca de 100 pessoas. Para Fabrício Silva, estudante de 29 anos, o fechamento das estações do metrô mais próximas à concentração, para obras, atrapalhou o acesso de muitos manifestantes. 

Brasília

Com palavras de ordem, os participantes em Brasília pediam - e eram atendidos - aos motoristas que passavam pela Praça dos Três Poderes, local do protesto, que buzinassem em apoio à manifestação. O movimento reuniu cerca de 60 pessoas segundo os organizadores. Pelos cálculos da Polícia Militar do Distrito Federal, o número de manifestantes era de pouco mais de 40. 

“A nossa expectativa é que as pessoas vejam o nosso movimento e lutem contra o que está ocorrendo. O brasileiro não tem formação política e é isso que a gente precisa criar no Brasil. As pessoas precisam saber que protestar é importante, pois assim exercemos a nossa cidadania”, disse Amanda de Oliveira Caetano, estudante de Direito, 18 anos, e coordenadora do Dia do Basta, que será realizado no dia 21 de abril com novas manifestações.

São Paulo

Na capital paulista, um grupo de cerca de 200 manifestantes, segundo a Polícia Militar, saiu em passeata no início da tarde deste domingo na Avenida Paulista, região central da cidade.

Com dois dedos sujos de verde e amarelo, o estudante João Calfat tentava animar os transeuntes a participar do protesto. Os que demonstravam simpatia à causa ganhavam duas listras pintadas com guache em cada bochecha, a semelhança dos caras-pintadas que protestaram contra o então presidente Fernando Collor na década de 1990. "Acho que a juventude tem que começar a se mexer, a lutar um pouco por um País mais justo", disse.

Outros, como o analista de sistemas Wanderson Alves, preferiram o nariz de palhaço como símbolo da indignação. "Eu discordo bastante da situação do Brasil, da gente ter esses caras, o próprio Renan, com várias acusações, sendo eleito presidente do Senado. Por isso eu estou aqui, tentando convencer as pessoas para que a opinião do povo prevaleça sobre essas maracutaias", ressaltou.

A estudante de serviço social Bianca Romão disse que ajudou a comprar as tintas e narizes vermelhos usados na manifestação. Para ela, Renan não está apto para o cargo que ocupa. "Não é justo uma pessoa que foi acusada de peculato, falsidade ideológica e desvio de verba pública, ser presidente do Senado", ressaltou, em referência à denúncia apresentada em janeiro pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

O atual presidente do Senado foi acusado por Gurgel de cometer crimes de peculato, falsidade ideológica e falsificação de documentos, por ter desviado verba de gabinete para pagar pensão a um filho.

Agência Brasil Agência Brasil
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