PUBLICIDADE

Política

Proporcionalidade foi atendida na CPI dos Ônibus, diz Câmara do RJ

Essa era uma das principais reivindicações dos parlamentares de oposição ao prefeito Eduardo Paes (PMDB)

26 ago 2013 - 18h00
(atualizado às 18h03)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Manifestantes acampados em frente à Câmara dos Vereadores protestam em apoio à suspensão da CPI dos Ônibus</p>
Manifestantes acampados em frente à Câmara dos Vereadores protestam em apoio à suspensão da CPI dos Ônibus
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro informou nesta segunda-feira que a proporcionalidade "foi plenamente atendida, nos termos dos artigos 106 e seguintes do Código Eleitoral", na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus. Essa era uma das principais reivindicações dos parlamentares de oposição ao prefeito Eduardo Paes (PMDB), que reclamavam que a presidência e a relatoria eram ocupadas, respectivamente, por Chiquinho Brazão e Professor Uóston, ambos do PMDB. 

Segundo nota da assessoria da Câmara, “o bloco parlamentar Por Um Rio Melhor, com 24 vereadores (da base do prefeito), tem uma representação seis vezes maior do que os partidos com as segundas maiores bancadas (Psol e PT, com 4 vereadores cada)”, e que isso deve ser ajustado.

Na última quinta-feira, a 5ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro acatou liminar que suspendeu a CPI após confusão. Um protesto envolvendo apoiadores e contrários à comissão começou dentro da Casa e terminou em pancadaria generalizada. Na primeira audiência da comissão, as galerias da Câmara se transformaram numa espécie de estádio de futebol, com manifestantes gritando "vendidos" e "milicianos" e outros "fora maconheiro". Ao sair do prédio, os pró-CPI agrediram um fotógrafo e um militante anti-CPI e ameaçaram jornalistas, dando início a um tumulto. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas. 

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
Compartilhar
Publicidade
Publicidade