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Política

Terceirização deve ter tramitação demorada no Senado

De acordo com o presidente da Casa, Renan Calheiros, regulamentar terceirização da atividade-fim é uma "involução"

23 abr 2015 - 18h11
(atualizado às 19h23)
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Presidente do Senado, Renan Calheiros, participa de evento sobre participação feminina na política em São Paulo, em 26 de março
Presidente do Senado, Renan Calheiros, participa de evento sobre participação feminina na política em São Paulo, em 26 de março
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

O projeto que regulamenta a terceirização e libera essa modalidade de contratação para as atividades-fim de uma empresa deve ter uma tramitação demorada no Senado.

Pelo menos essa é a determinação que o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), tem deixado transparecer em conversas reservadas com colegas. Renan, inclusive, disse nesta quinta-feira que permitir a terceirização para as atividades-fim é uma "involução".

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Segundo um interlocutor do presidente do Senado, o projeto deve passar por "um grande número" de comissões na Casa --dentre elas, as de Constituição e Justiça, Assuntos Econômicos, Assuntos Sociais e Direitos Humanos--, o que pode prolongar o seu caminho entre os senadores.

O presidente do Senado não concorda, por exemplo, com a pressa conferida ao projeto na Câmara nos últimos dias. A proposta pairou entre deputados por mais de uma década, mas ganhou impulso nos últimos dias, a partir da clara intenção do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de votá-la.

A "amplitude" do projeto, que permitiu a prática da terceirização para qualquer área da empresa, também não é bem vista por Renan.

Ele já havia se manifestado contra uma regulamentação "ampla, geral e irrestrita" da terceirização e, nesta quinta, disse que não haverá pressa para analisar o projeto.

"Nós vamos fazer uma discussão criteriosa no Senado. O que não vamos permitir é pedalada contra o trabalhador. Não podemos permitir uma discussão apressada que revogue a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Não vamos ter pressa. A matéria tramitou na Câmara por 12 anos", disse.

O texto-base do projeto foi aprovado por deputados no dia 8 de abril, mas restava a análise de emendas polêmicas, votação que foi adiada algumas vezes por falta de acordo.

Na quarta-feira, a Câmara concluiu a votação dessas emendas e aprovou um texto que estende a terceirização para atividades-fim, a responsabilidade "solidária" à empresa contratante e determina a retenção de encargos previdenciários em percentual sobre a folha de pagamento, e não sobre o faturamento da empresa, como queria o governo.

Cunha, aliás, já marcou posição e afirmou que será a Câmara a responsável pela palavra final sobre o projeto, mesmo que ele seja modificado por senadores.

Pelo regimento, por ter sido iniciada na Câmara, a proposta deverá voltar à Casa para uma última análise, caso seja alterada durante sua tramitação no Senado.

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