Presidente do PSDB-MG provoca PT ao defender Azeredo
"Não esperem atitudes agressivas, punhos cerrados ao ar", disse Marcus Pestana em discurso na Câmara
O presidente do diretório do PSDB em Minas Gerais, deputado Marcus Pestana, provocou o PT nesta quarta-feira ao comentar a renúncia de Eduardo Azeredo (PSDB-MG), réu do processo do mensalão mineiro no Supremo Tribunal Federal (STF). Em discurso na Câmara dos Deputados, Pestana tentou descolar a imagem de Azeredo de petistas condenados no mensalão ao defender que a sigla tem respeito pelas instituições públicas.
Eduardo Azeredo é acusado pelo desvio e lavagem de dinheiro durante a campanha eleitoral para sua reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998, em associação com o então vice-governador Clésio Andrade, o publicitário Marcos Valério e seus sócios, entre outros. A Procuradoria Geral da República opinou para que a prisão seja de 22 anos, mas a decisão final é do Supremo.
"Eduardo é um típico mineiro. Simples, austero, honrado e honesto. Não esperem atitudes agressivas, punhos cerrados ao ar, cenas ou gestos provocativos ou de confrontação das instituições democráticas. Isso nos diferencia. O PSDB tem como principio a independência dos poderes da república", disse, fazendo referência ao gesto feito por petistas no momento da prisão.
O PSDB é autor de uma representação contra o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), na Corregedoria da Casa. O petista foi fotografado repetindo o gesto dos presos no mensalão ao lado do presidente do STF, Joaquim Barbosa, durante cerimônia de abertura dos trabalhos judiciários, no início do mês.
"Azeredo se encontra em licença médica, abalado com as inverdades e injustiças que levaram sua vida limpa a ser associada com desvios e corrupção sob os holofotes de toda a mídia. Canalhas, corruptos e bandidos não se abalam ao verem sua honra e passado serem atacados e jogados na lama. É com cinismo e hipocrisia que reagem. Não é assim como um homem de bem como Eduardo Azeredo. Um homem sério e honesto", disse o tucano.
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy, manifestou a consternação da sigla com a renúncia. "Nosso sentimento é de muita tristeza. É um momento de grave consternação para todos nós. Quero dizer que nós confiamos na defesa do deputado Eduardo Azeredo, sabemos que ele vai seguir com a serenidade, com o equilíbrio, como ele sempre se comportou na vida pública", disse.
Após o discurso dos tucanos, Azeredo recebeu apoio de deputados de outros partidos, entre os quais DEM e PSD. O líder do PT, Vicentinho (PT-SP), manifestou respeito pelo deputado, enquanto a deputada Jandira Feghali defendeu isonomia de tratamento no Judiciário.
