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Política

Presidente da Câmara instala grupo para elaborar reforma política

16 jul 2013 - 16h57
(atualizado às 17h28)
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<p>Após impasse em torno do comando do grupo, o PT decidiu indicar o deputado Ricardo Berzoini (SP) para compor o colegiado</p>
Após impasse em torno do comando do grupo, o PT decidiu indicar o deputado Ricardo Berzoini (SP) para compor o colegiado
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), instalou nesta terça-feira o grupo de trabalho que vai elaborar o texto do projeto da reforma política. A primeira reunião do grupo de trabalho será feita nesta quarta-feira, às 14h.

“Há males que vêm para bem”, afirmou Henrique Alves sobre o fato de a Câmara não ter conseguido votar a reforma política em abril, quando o projeto foi colocado na pauta do plenário. "Chega uma hora no plenário em que os partidos não conseguem construir a maioria para esse ou aquele tema mais sensível. Isso vem sendo adiado. As manifestações do País por uma reforma política chegaram na hora certa para a Casa se conscientizar que tem sim que votar”, disse.

A determinação é que os deputados que compõem o grupo apresentem em, no máximo, 90 dias uma proposta a ser votada pelo Congresso e colocada para decisão popular em seguida. A ideia é criar um portal na internet para acolher as contribuições da sociedade civil.

Impasse no PT

O PT, partido com maior bancada na Câmara, indicou Henrique Fontana (RS) como representante da legenda no grupo de trabalho. Apesar disso, Henrique Alves indicou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) para coordenar o grupo, o que causou mal estar entre ele e Fontana. Com isso, o gaúcho, que é relator do projeto que trata da reforma política, recusou o convite. A bancada, então, decidiu indicar Ricardo Berzoini para representar o PT. 

O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), negou divergências no partido. "O deputado Berzoini tem perfil, é apaixonado pelo tema, reúne as boas condições tanto quanto o deputado Fontana para representar os nossos interesses nesse grupo. Não começou mal, é uma questão pontual. Não teve briga: o que teve foi uma divergência entre os dois e nessas horas a responsabilidade de um líder é buscar uma saída e não levar a bancada para um impasse. Não tem crise no PT, houve uma desistência e já houve decisão", afirmou.

Guimarães voltou a defender que o PT, ao lado de PCdoB, PSB e PDT, vão continuar tentando reunir as assinaturas necessárias para propor um projeto de decreto legislativo que autoriza a realização de um plebiscito. "Vamos trabalhar para 180 assinaturas, vamos ver se a gente consegue. Nosso limite é o plebiscito já, para os efeitos estamos abertos tanto para 2014 como para 2016. Já temos umas 150 assinaturas não colhidas, mas apalavradas, e isso vale muito", afirmou. 

Protestos contra tarifas de ônibus

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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