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Política

Prefeito de Caracas não aceitaria nunca o exílio, diz sua esposa

5 mai 2015 - 17h44
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Mitzy Capriles, esposa do prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, preso desde 19 de fevereiro, afirmou nesta terça-feira, no primeiro dia de sua visita ao Brasil, que seu marido não aceitaria uma proposta de exílio político para recuperar sua liberdade.

"Antonio Ledezma já mostrou neste tempo, e anteriormente em todos os anos de assédio, que seus princípios democráticos não estão à venda, nem estará disposto jamais, nem pensou por um só segundo em deixar seu país", disse Capriles à Agência Efe, após ser recebida pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Capriles disse que seu marido "passou um mês e três semanas sendo perseguido de manhã, de tarde, de noite e de madrugada pelo Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência) e não renunciou aos seus princípios democráticos, nem fugiu do país".

"Assim como os outros presos políticos, como nossos estudantes e tantos venezuelanos que têm seus direitos reprimidos, vamos continuar lutando na Venezuela para resgatar a ordem democrática", acrescentou Capriles.

Alckmin recebeu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo, Capriles e Lilian Tintori, a esposa do líder do partido venezuelano Vontade Popular, Leopoldo López, preso desde fevereiro de 2014.

Depois da audiência, o governador mostrou seu apoio às esposas de Ledezma e López, que estão em viagem pela América Latina em uma campanha pela liberdade de seus maridos.

Ao ser perguntado se ele se somaria à iniciativa de 27 ex-presidentes ibero-americanos que pedem a liberdade dos presos políticos na Venezuela, Alckmin respondeu que sim e evocou sua época de militância, nos anos 70, contra a ditadura militar.

"Vocês não estão sozinhas, vocês têm nossa solidariedade", disse às ativistas venezuelanas.

Tintori e Capriles se reuniram também com Fernando Henrique Cardoso, um dos líderes do movimento de ex-presidentes que pede a libertação dos presos na Venezuela, e amanhã esperam ser recebidas em Brasília por autoridades e congressistas.

"O ex-presidente Cardoso demonstra mais uma vez sua grande capacidade de estadista e de grande conciliador", destacou Capriles sobre a reunião, que marcou o início da agenda de dois dias no Brasil.

Elas esperam ser recebidas pela presidente Dilma Rousseff, a quem Tintori agradeceu "enormemente por pedir a liberdade dos presos políticos" durante uma entrevista concedida durante a Cúpula das Américas, realizada mês passado no Panamá.

Além do Panamá, Capriles e Tintori já viajaram para Peru e Chile, onde foram recebidas por políticos e intelectuais, como o Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa.

EFE   
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