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Política

PR: moradores de 13 municípios vão às ruas contra corrupção

8 jun 2010 - 10h14
(atualizado às 10h15)
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A população de 13 municípios paranaenses sai às ruas no fim da tarde desta terça-feira para participar da campanha "O Paraná que Queremos", deflagrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em conjunto com entidades de classe, associações comerciais e sindicatos.

A iniciativa tem o apoio de 434 entidades paranaenses, 859 empresas e milhares de assinaturas da população. O objetivo, segundo o presidente da OAB no Paraná, José Lucio Glomb, é que todos possam manifestar publicamente indignação perante as denúncias de corrupção na Assembleia Legislativa do Paraná.

Em todos os atos públicos, que ocorrerão simultaneamente à manifestação que será realizada em Curitiba a partir das 18h, na Boca Maldita, será proposto o afastamento da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa e a criação de ferramentas que possam fiscalizar a atuação dos políticos.

Em Curitiba, um documento será entregue aos deputados, propondo um projeto de lei que, segundo o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, contém as medidas consideradas indispensáveis para acabar com o uso indevido de recursos públicos. De acordo com ele, é uma sugestão de texto para um projeto de lei estadual - a Lei da Transparência - a ser aperfeiçoado pela sociedade e pelos deputados.

"A sociedade brasileira precisa se conscientizar da sua força, de que ela é a grande mandante. Deputados, governadores e presidentes da República exercem mandato, mas não são donos do cargo, foi o eleitor que autorgou a ele esse direito. O projeto Ficha Limpa demonstrou isso se tornando lei, a força da população. A partir de agora, graças à participação popular, a política tende a ser cada vez mais transparente", disse o presidente nacional da OAB. Para ele, "voto não é alvará para político fazer o que quer".

Segundo Cavalcante, o Poder Judiciário tem que ser um grande aliado da população no combate à impunidade. "O Judiciário ainda está muito tímido, tem que ser mais ágil", disse.

As denúncias de corrupção começaram a ser divulgadas em março, após uma série de reportagens do jornal curitibano Gazeta do Povo e da RPC TV, mostrando irregularidades na administração da Assembleia Legislativa paranaense. Foi divulgada uma série de "atos secretos" que escondiam contratações e pagamentos irregulares a funcionários.

Os recursos públicos eram desviados em um esquema que movimentava milhões de reais. Investigações do Ministério Público (MP) do Paraná confirmaram as denúncias e a Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público de Curitiba apresentou duas ações na Justiça questionando supostas irregularidades quanto à contratação e à manutenção de "funcionários fantasmas" e ao desvio de dinheiro público.

Com uma ação cautelar, o Ministério Público pediu liminarmente o afastamento do presidente e do primeiro-secretário da Casa, deputados Nelson Justus e Alexandre Curi. Com a segunda medida, uma ação civil pública, cobrou a condenação de Justus, Curi e de outras quatro pessoas por ato de improbidade administrativa. Entre as possíveis sanções, em caso de condenação, estão a devolução do dinheiro supostamente desviado, o afastamento da função pública, a suspensão dos direitos políticos e o pagamento de multa.

De acordo com o MP, a situação relatada nas duas ações aponta para um rombo de cerca de R$ 3 milhões nos cofres públicos.

Agência Brasil Agência Brasil
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