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Política

Posição contra Sarney pode derrubar Mercadante da liderança

19 ago 2009 - 17h14
(atualizado às 17h35)
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Marina Mello

Direto de Brasília

A postura do líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), de se mostrar contrário ao arquivamento de processos contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), gerou desconforto na bancada petista e o mal-estar ameaça a permanência dele no cargo da liderança.

Paulo Duque (esq.) comandou a reunião do Conselho de Ética
Paulo Duque (esq.) comandou a reunião do Conselho de Ética
Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado

Ao falar no plenário do conselho que, se dependesse dele, o partido teria agido de outra forma, Mercadante foi contra uma orientação da cúpula petista, já que o presidente do partido, Ricardo Berzoini, divulgou até uma carta na qual dizia para a bancada do PT no Senado não deixar com que Sarney respondesse por toda a crise sozinho.

A ideia era de que a carta feita por Berzoini fosse lida no plenário do colegiado por Mercadante, mas ele se recusou e o documento acabou tendo que ser lido pelo senador João Pedro (PT-AM).

Avalia-se que o líder empurrou para os integrantes do PT no conselho o ônus de terem que absolver Sarney, enquanto ele se manteve ético ao se posicionar contra o arquivamento.

Por esta razão, muitos avaliam que a permanência de Mercadante na liderança é insustentável e a bancada deve se reunir ainda hoje para tratar o assunto.

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) foi um dos que passou pela saia justa de ter que votar pelo arquivamento dos processos contra Sarney e se mostrou insatisfeito com o líder.

"Os integrantes da bancada do PT no Conselho de Ética se sentiram desamparados pelo seu ainda líder", disse. "Você tem opiniões pessoais, mas ser governo é isso. Tem o bônus, mas também tem o ônus", afirmou, concluindo a situação vivida por ele, pelo senador João Pedro e pela senadora Ideli Salvati, que integram o colegiado, foi no mínimo "desconfortável".

Depois de arquivar todas as seis denúncias que corriam contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), senadores do Conselho de Ética engavetaram também as cinco representações que ainda tramitavam no colegiado contra o presidente. Ambos os arquivamentos foram decididos por nove votos a seis.

A representação contra Arthur Virgílio (PSDB-AM) também foi arquivada. Os membros do Conselho de Ética foram unânimes na decisão. Até o PMDB, que protocolou a representação contra Virgílio, votou pelo arquivamento.

Fonte: Terra
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