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Política

Por decisão judicial, Rosemary comparece a vara federal em SP

7 jan 2013 - 18h37
(atualizado às 18h40)
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Investigada pela Polícia Federal, a ex-chefe do Escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha esteve na tarde desta segunda-feira na 5ª Vara Criminal Federal da capital, na Bela Vista, região central. Ela é apontada pela PF como integrante de uma organização criminosa que agia para conseguir pareceres técnicos fraudulentos com o objetivo de beneficiar interesses privados.

Cardozo nega gravação de conversas entre Rosemary e Lula:

De acordo com a Justiça Federal, Rosemary compareceu ao local em cumprimento à decisão da juíza Adriana Zanetti. Segundo o despacho da magistrada, a investigada deve se apresentar a cada 15 dias em uma unidade da Justiça e assinar um termo de comparecimento.

A medida cautelar também foi aplicada ao ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira, apontado como coordenador do esquema investigado. Ele também compareceu à 5ª Vara Criminal nesta segunda-feira.

No início do dia, o Partido Popular Socialista (PPS) protocolou um requerimento para que a Comissão Representativa do Congresso Nacional cobre informações do Ministério da Fazenda sobre o relacionamento de Rosemary nas negociações que definiram o comando do Banco do Brasil e do fundo de pensão de seus funcionários, a Previ, e a compra do banco Nossa Caixa pela instituição.

Além disso, a legenda também prometeu solicitar ao Ministério Público Federal de São Paulo, na próxima quarta-feira, a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (dados enviados e recebidos pela internet) de Rosemary.

Operação Porto Seguro

Deflagrada no dia 23 de novembro pela Polícia Federal (PF), a operação Porto Seguro realizou buscas em órgãos federais no Estado de São Paulo e em Brasília para desarticular uma organização criminosa que agia para conseguir pareceres técnicos fraudulentos com o objetivo de beneficiar interesses privados. A suspeita é de que o grupo, composto por servidores públicos e agentes privados, cooptava servidores de órgãos públicos também para acelerar a tramitação de procedimentos.

Na ação, foram presos os irmãos e diretores Paulo Rodrigues Vieira, da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além das empresas estatais em Brasília, como a Anac, a ANA e os Correios, foram realizadas buscas no escritório regional da Presidência em São Paulo, cuja então chefe, Rosemary Nóvoa de Noronha, também foi indiciada por fazer parte do grupo criminoso. O advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, também foi indiciado durante a ação.

Exonerada logo após as buscas, Rosemary ela teria recebido diversos artigos como propina. De acordo com o jornalFolha de S.Paulo, em troca do tráfico de influência que fazia, ela chegou a ganhar um cruzeiro com a dupla sertaneja Bruno e Marrone, cirurgia plástica e um camarote no Carnaval do Rio de Janeiro.

O inquérito que culminou na ação foi iniciado em março de 2011, quando, arrependido, Cyonil da Cunha Borges de Faria Jr., auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), procurou a PF dizendo ter aceitado R$ 300 mil para fazer um relatório favorável à Tecondi, empresa de contêineres que opera em Santos (SP). O dinheiro teria sido oferecido por Paulo Rodrigues Vieira entre 2009 e 2010. Vieira é apontado pela PF como o principal articulador do esquema. Na época, ele era ouvidor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e conselheiro fiscal da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

Em decorrência da operação, foram afastados de seus cargos o inventariante da extinta Rede Ferroviária Federal S.A., José Francisco da Silva Cruz, o ouvidor da Antaq, Jailson Santos Soares, e o chefe de gabinete da autarquia, Enio Soares Dias. Também foi exonerada de seu cargo Mirelle Nóvoa de Noronha, assessora técnica da Diretoria de Infraestrutura Aeroportuária da Anac. O desligamento ocorreu a pedido da própria Mirelle, que é filha de Rosemary.

Fonte: Terra
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