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Política

Polícia investiga se Vaccari usou irmão para lavar dinheiro

Irmão do ex-tesoureiro do PT comprou casa de R$ 300 mil em Bastos, interior de São Paulo

7 mai 2015 - 11h25
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Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso acusado de corrupção
Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso acusado de corrupção
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

A Polícia Civil investiga se o zelador Antônio Carlos Vaccari, irmão do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, foi usado para lavar dinheiro na compra de uma casa em Bastos, no interior de São Paulo. O zelador, que mora na cidade e tem salário mensal em torno de R$ 1 mil, comprou em 2014 uma casa no bairro de Laranjeiros, de classe média, pagando R$ 300 mil pelo imóvel. O ex-tesoureiro está sendo processado pela Justiça Federal pelos crimes de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

A compra da casa chamou atenção dos moradores da pequena cidade, de 21 mil habitantes, e também dos investigadores de polícia, que relataram o caso ao delegado Sandro Resina Simões. “Aqui todo mundo se conhece, é uma cidade pequena, e o fato dele (Antônio) ser uma pessoa humilde, com poucos recursos, ter comprado uma casa fora dos padrões, possivelmente incompatível com a renda dele - e mais o fato de ser irmão do presidente do PT, que está sendo investigado -, chamou a atenção e decidimos ouvi-lo”, contou o delegado.

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Chamado a depor na delegacia de Bastos, Antônio Vaccari disse em seu depoimento, na segunda-feira, 4, que comprou a casa com dinheiro recebido do irmão, João Vaccari Neto.  “Ele nos contou que recebeu, durante o ano passado, cinco depósitos em sua conta, feitos pelo irmão, para que comprasse a casa”, contou o delegado. De acordo com delegado, o zelador não declarou na Receita a compra do imóvel.

“As informações que temos são de que nem a doação feita por João Vaccari Neto nem a compra da casa foram declaradas, o que levanta suspeitas”, afirma. “Se não houve lavagem de dinheiro pode ter havido, no mínimo, crime de sonegação fiscal”, completou Simões. “Precisamos destacar que essas informações que temos foram nos passadas pelo próprio investigado, não fizemos ainda uma investigação a fundo sobre o caso”, comentou o delegado.

Tesoureiro do PT é preso em nova fase da Lava Jato:

De acordo com o delegado, apesar das declarações do zelador confirmarem os indícios de ilegalidade, ele não abriu inquérito policial para apurar o caso, que foi enviado na quarta-feira, 6, para apuração em Curitiba. “Como o tesoureiro do PT está sendo investigado pela Operação Lava Jato, optamos por enviar o caso para a Polícia Federal de Curitiba, onde há uma denúncia de crime de lavagem de dinheiro em andamento”, explicou.

Simões disse que agora a PF vai decidir se apura ou se devolve o procedimento. “Se ela nos devolver, vamos apurar por aqui, mas para isso será necessário tomar outros procedimentos formais, como abrir um inquérito e pedir a quebra de sigilos bancário e telefônico dos envolvidos”, disse.

A reportagem não conseguiu localizar o zelador Antônio Carlos Vaccari para falar sobre o assunto. O advogado Flávio D’Urso, que defende João Vaccari Neto, não foi encontrado em seu escritório.

Fonte: Terra
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