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Política

PMDB oficializa Renan e Randolfe desiste de concorrer ao Senado

31 jan 2013 - 18h57
(atualizado às 19h05)
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O PMDB oficializou nesta quinta-feira a candidatura de Renan Calheiros (AL) à presidência do Senado, em eleição que ocorre amanhã. Apesar de Renan já ser apontado como favorito desde o ano passado, o nome do senador só foi oficializado hoje. Em contrapartida, Randolfe Rodrigues (Psol-AP), o primeiro parlamentar a anunciar candidatura, recuou. Ao lado de Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe representava o bloco dos senadores "independentes". "O senador Pedro Taques agrega mais apoio", justificou.

O gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu nesta quarta-feira (30) com 81 vassouras, baldes e panos de chão. O protesto, organizado por dezenas de entidades de movimentos anticorrupção com material nas cores da bandeira nacional, pede aos senadores que escolham um presidente ficha limpa, capaz de dirigir o Senado "com independência e dignidade"
O gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu nesta quarta-feira (30) com 81 vassouras, baldes e panos de chão. O protesto, organizado por dezenas de entidades de movimentos anticorrupção com material nas cores da bandeira nacional, pede aos senadores que escolham um presidente ficha limpa, capaz de dirigir o Senado "com independência e dignidade"
Foto: Elio Rizzo / Futura Press

Os parlamentares insatisfeitos com a indicação de Renan para a presidência anunciaram que vão apoiar Taques - o movimento inclui, ainda, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Eduardo Suplicy (PT-SP), Cristovam Buarque (PDT-DF) e todos os parlamentares do PSDB. Antigo aliado do PMDB, o PSB de Lídice da Mata (BA) declarou que não vai apoiar Renan na eleição de amanhã, mas também não anunciou ainda apoio a Taques. Isso porque o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) pode se lançar candidato nesta sexta-feira. O DEM ainda não se posicionou sobre o assunto.

Perguntado sobre a ausência de Renan, o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), afirmou que ele dará entrevistas amanhã, antes da eleição. Uma polêmica envolve o nome do candidato do PMDB. Uma denúncia que veio à tona em 2007, mas só foi alvo de processo este ano pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, dá conta que Renan teria emitido notas frias para comprovar gastos pessoais. Calheiros era presidente do Senado à época e renunciou ao cargo depois das denúncias.

Há quase uma semana circula na internet um abaixo-assinado com mais de 100 mil assinaturas pedindo que Renan desista de concorrer, justamente por causa das denúncias. O próximo líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que o documento tem "importância externa, mas a decisão final cabe aos senadores". Ele afirmou, ainda, que não há "desconforto" na eleição de Renan e que o peemedebista tem "todas as condições" de assumir a Casa, se eleito amanhã.

Ainda há tempo hábil para que novos senadores sejam candidatos à presidência, porque a inscrição é feita oralmente, durante a sessão preparatória - ou seja, minutos antes da eleição em si. Além disso, as candidaturas podem ser retiradas a qualquer momento.

Histórico de denúncias

Em maio de 2007, surgiram as primeiras denúncias de que um lobista da empreiteira Mendes Júnior pagava R$ 12 mil mensais à jornalista Mônica Veloso como pensão alimentícia. A jornalista tem uma filha de Renan Calheiros. Em sua defesa, o senador apresentou documentos que comprovavam renda suficiente para pagar a pensão da filha e que não precisaria da ajuda de lobistas.

Diante disso, o Conselho de Ética da Casa recomendou a cassação do mandato do parlamentar, mas o plenário do Senado o absolveu por 40 votos contra 35 a favor e seis abstenções. No entanto, a pressão fez com que Renan Calheiros renunciasse à presidência do Senado.

Naquele mesmo ano, uma nova denúncia abalou a história política do senador. Acusado de ter comprado rádios em Alagoas por meio de "laranjas", novamente Renan foi absolvido pelos colegas em nova votação pela cassação de seu mandato. Desta vez, o placar foi 48 votos contra e 29 a favor.

Outras quatro denúncias foram apuradas no Conselho de Ética, mas não chegaram a ser decididas em Plenário. Renan foi acusado de tráfico de influência junto à empresa Schincariol na compra de uma fábrica de refrigerantes, espionagem de parlamentares da oposição, participação em esquema de desvio de verbas públicas em ministérios do PMDB, seu partido, e de apresentar notas frias em nome de empresas fantasmas para comprovar rendimentos.

Fonte: Terra
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