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Política

PMDB do DF deixa governo de Arruda

7 dez 2009 - 20h40
(atualizado em 8/12/2009 às 00h26)
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Keila Santana
Direto de Brasília

O PMDB no Distrito Federal decidiu nesta segunda-feira retirar o apoio ao governador José Roberto Arruda, entregar todos os cargos que ocupa na administração, mas diz que não pretende punir ou cobrar explicações dos peemedebistas acusados de fazerem parte do suposto mensalão do DEM.

O presidente do PMDB regional, deputado federal Tadeu Filippelli (DF) disse que vai esperar o fim do inquérito aberto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para só então definir a situação da deputada distrital Eurides Britto, flagrada nas imagens do processo guardando suposta propina na bolsa. Estariam envolvidos também os deputados Ronei Nêmer e Benício Tavares, além do chefe de gabinete do governador, Fábio Simão, já afastado do cargo.

"As imagens em flagrante que existem são de 2006 onde estava no auge da campanha e mostram um crime eleitoral. Isso não é suficiente (para afastar do partido). Como vamos condenar uma pessoa por uma fato que está sendo acompanhado pela Polícia Federal, Ministério Público e pela justiça? Todos tem direito a defesa. Lamento, não vamos prejulgar", disse.

A executiva regional do PMDB determinou que a saída imediata de Rogério Rosso, diretor da Codeplan (Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central), Luiz Carlos Pietschmann, presidente da Novação (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) e Ivelise Longui, administradora do Plano Piloto.

O PMDB é a sexta legenda a retirar o apoio ao governo do Distrito Federal. PPS, PSB, PDT, PV, PSDB já entregaram os cargos que tinham na administração direta.

O presidente regional do PMDB evitou recomendar que os integrantes do partido também abandonem a base de apoio ao governador Arruda na Câmara Legislativa. Tadeu Filippelli disse que os pedidos de impeachment contra o governador é assunto para os parlamentares.

Entenda o caso

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados neste fim de semana, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Fonte: Terra
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