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Política

PMDB atribui acusações sobre mensalão à "vingança" de Roriz

3 dez 2009 - 12h50
(atualizado às 13h01)
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Marina Mello
Direto de Brasília

Os deputados do PMDB que foram vinculados às denúncias do suposto mensalão do DEM, que seria coordenado pelo governador José Roberto Arruda (DEM), disseram nesta quinta-feira que vão recorrer na Justiça contra as acusações. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) atribuiu a inclusão de seu partido nas denúncias a uma possível "vingança" do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, que deixou o PMDB recentemente.

"Tenho uma suspeição muito forte de que isso seja o Roriz tentando se vingar do partido depois de sua saída", disse.

Os nomes de Cunha e do presidente da Câmara Michel Temer (PMDB-SP), dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Tadeu Fillippeli (PMDB-DF) são citados em uma gravação da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, como possíveis recebedores da propina.

Nas imagens, o ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, que delatou o esquema, aparece conversando com o empresário Alcir Collaço. Na gravação, Collaço cita os nomes de Temer, Eduardo Cunha, Fillippelli e Alves na divisão da propina.

Hoje, Eduardo Cunha disse que viu com "indignação" o surgimento de seu nome e de seus colegas de legenda na questão e afirmou que vai entrar com uma queixa crime contra Collaço."Não conheço estas pessoas, não tenho qualquer relação com isso", afirmou.

As assessorias de imprensa dos deputados Tadeu Fillippeli, Henrique Eduardo Alves informou que ambos vão tomar o mesmo procedimento.

Até o fim do dia a Executiva Nacional do PMDB deve divulgar uma nota comentando o assunto.

Entenda o caso

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados neste fim de semana, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Fonte: Terra
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