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Política

Pivô do Arrudagate deve depôr à PF ainda este mês

17 mar 2010 - 12h09
(atualizado às 12h18)
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Claudia Andrade
Direto de Brasília

Deputados distritais estiveram na manhã desta quarta-feira na sede da Polícia Federal, em Brasília, para discutir com o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa os procedimentos para que Durval Barbosa preste depoimento à CPI da Corrupção. Barbosa é o principal delator do suposto esquema de pagamento de propina no governo do Distrito Federal, conhecido como mensalão do DEM, investigado no inquérito da Operação Caixa de Pandora, da PF.

Após a reunião, ficou acertado que o depoimento será na sede da PF, com acesso para a imprensa. A data ainda não foi marcada, mas a previsão é que seja acertada ainda para o mês de março.

"Senti no diretor da Polícia Federal a intenção de nos dar uma resposta o mais rápido possível, talvez ainda hoje", disse a presidente da CPI, deputada Eliana Pedrosa (DEM). "A CPI já o convocou, mas por ele estar sob a tutela da Polícia Federal, estamos tentando ajustar uma data em que ele tenha segurança para prestar o depoimento", disse.

O relator da CPI, deputado Paulo Tadeu (PT), disse que a comissão "está preparada para todas as possibilidades", inclusive para a hipótese de Durval Barbosa não falar. Em janeiro deste ano, o ex-secretário de Relações Institucionais do governo pediu para adiar seu depoimento à comissão parlamentar de inquérito.

Os depoimentos que Durval já prestou à PF poderiam servir como subsídio para a CPI, na avaliação do relator. "A gente está preparado para a vinda ou não do Durval. Como ele é uma peça-chave para a CPI, a gente precisa ter cuidado com esse depoimento, para garantir a segurança. Até porque, ele está vindo como testemunha de acusação, não como acusado", afirmou.

Os parlamentares afirmaram ainda que a Polícia Federal já concordou em ceder um delegado para ajudar nos trabalhos da CPI. O nome ainda será indicado, mas já se sabe que uma das funções do colaborador será indicar outros nomes para serem ouvidos pela comissão.

Entenda o caso
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Fonte: Redação Terra
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