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Política

PGR pede que STF abra inquérito para investigar ministro do Esporte

21 out 2011 - 17h30
(atualizado às 17h42)
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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira que seja aberto um inquérito para apurar as denúncias de corrupção envolvendo o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB). O ministro é citado em acusações de que teria envolvimento em um suposto esquema de corrupção para a liberação de recursos públicos para organizações não-governamentais (ONGs).

Ministro do Esporte, Orlando Silva, presta esclarecimentos na Câmara dos Deputados sobre denúncias de irregularidades no ministério
Ministro do Esporte, Orlando Silva, presta esclarecimentos na Câmara dos Deputados sobre denúncias de irregularidades no ministério
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Segundo a assessoria da Procuradoria-Geral da República (PGR), também foi solicitado que o STF requisite a remessa do inquérito existente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o governador do Distrito Federal e antecessor de Orlando Silva no Esporte, Agnelo Queiroz (PT). O petista esponde a processo por suposta propina na pasta do Esporte que envolveria o programa Segundo Tempo. Ele foi ministro entre 2003 e 2006.

"Nós estamos ainda num momento em que não podemos afirmar a veracidade desses fatos. Agora, os fatos noticiados, se verdadeiros, são extremamente graves. O certo é que a gravidade dos fatos é tamanha que se impõe que se possa examinar os fatos esse inquérito no STF", disse Gurgel, na quinta-feira, ao anunciar que deveria realizar o pedido. Ainda segundo ele afirmou ontem, o pedido de remessa quando ao processo de Agnelo se deve a "um relacionamento muito intenso entre os fatos."

As acusações contra Orlando Silva

Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.

Fonte: Terra
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