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Política

PF diz que Demóstenes negociou dívida pela Delta, diz jornal

22 abr 2012 - 08h56
(atualizado às 10h01)
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A Polícia Federal captou três diálogos do senador Demóstenes Torres (ex-DEM) que indicam que ele negociou para que a Prefeitura de Anápolis (GO) pagasse R$ 20 milhões à empreiteira Delta. Segundo informações publicadas neste domingo na Folha de S. Paulo , tratava-se da dívida que, anteriormente, pertencia à Queiroz Galvão e que, segundo os áudios, foi comprada pela Delta por R$ 4,5 milhões.

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Ainda de acordo com a publicação, as conversas são usadas pela Procuradoria-Geral da República para apontar indícios de que Demóstenes seria "sócio oculto" da Delta. Em diálogo gravado em 9 de julho de 2011, Demóstenes relatou a Cachoeira detalhes da reunião com o prefeito de Anápolis, Antonio Gomide (PT). Já em outra conversa, Claudio Abreu, então diretor da Delta no Centro-Oeste, conversou com Cachoeira e deu a entender que o prefeito pediu propina.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

Fonte: Terra
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