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Política

Patriota diz que caso de senador boliviano não pode voltar a se repetir

28 ago 2013 - 13h10
(atualizado às 15h57)
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O ex-ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota afirmou nesta quarta-feira que nunca poderá voltar a se repetir o que ocorreu com o senador boliviano Roger Pinto, que saiu de La Paz sem um salvo-conduto do governo de Evo Morales, em um episódio que levou a renúncia do chanceler.

Na cerimônia em que o novo ministro, Luiz Alberto Figueiredo, assumiu suas funções, Patriota disse que o Brasil "atuou com total transparência no caso do senador" e que "buscou uma solução negociada" para que o político pudesse deixar a embaixada em La Paz, na qual se refugiou em 28 de maio de 2012.

No entanto, Roger Pinto, um inflamado opositor de Morales, conseguiu deixar a embaixada e viajar para Brasília graças à cumplicidade de um diplomata brasileiro, o que, segundo Patriota, constituiu uma "atuação independente que não pode voltar a ocorrer".

Essa foi a primeira declaração pública de Patriota sobre o incidente com a Bolívia. Segundo o chanceler, o "Brasil sempre atuou dentro do maior respeito pela soberania boliviana" e "em estrito cumprimento" dos tratados internacionais sobre asilo e refúgio.

Roger Pinto deixou a embaixada na sexta-feira passada em um carro oficial, escoltado por soldados brasileiros, e foi conduzido até Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

De lá seguiu para Brasília em um avião fretado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço, que também colaborou para sua saída da Bolívia.

A responsabilidade pelo ocorrido em La Paz foi assumida pelo encarregado de negócios da embaixada, Eduardo Saboia, que justificou seu ato alegando razões humanitárias.

Saboia, que vai responder a um "processo disciplinar", disse que tomou sua decisão pois "havia um risco iminente" para "a vida" do senador e "uma ameaça à dignidade de uma pessoa".

O governo boliviano exigiu "explicações" do Brasil e disse que Roger Pinto era um "foragido". Apesar disso, as autoridades do país disseram que o episódio não afetará as relações entre Brasil e Bolívia.

A cerimônia em que Figueiredo assumiu seu cargo contou com a presença do embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano, que cumprimentou com afeto tanto Patriota como o novo chanceler.

EFE   
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