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Política

Orlando se encontra com Dilma no fim da tarde para selar saída

26 out 2011 - 15h08
(atualizado às 15h21)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabello, afirmou nesta quarta-feira que o ministro do Esporte, Orlando Silva, irá se encontrar com a presidente Dilma Rousseff no fim desta tarde, por volta das 17h30, para selar seu destino político. Internamente, a legenda já discute o sucessor de Silva na pasta.

O delator afirmou ter levado 13 arquivos de áudio à PF que comprovariam suas acusações
O delator afirmou ter levado 13 arquivos de áudio à PF que comprovariam suas acusações
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

"Acho que temos que avaliar a questão politicamente. O PCdoB é um partido político por excelência, é um partido que tem suas convicções e vamos tratar politicamente. Já enfrentamos desafios, embates muito mais complexos que esse", disse o dirigente, que se reuniu com a bancada comunista na Câmara dos Deputados.

"Vamos encontrar com a presidente por volta das 17h30, 18h. Eu não posso adiantar para vocês nada por uma questão de ética que nós vamos conversar ainda com a presidente. Essa não é a questão que o PCdoB, diante dela, fica desarvorado. Estamos tranquilos", afirmou ele, voltando a defender Orlando Silva das acusações de desvio de recursos por meio de ONGs.

"O ministro tem mantido a sua tranquilidade, porque é a tranquilidade dos justos. O ministro foi atacado indevidamente. O ministro tem a razão dele. É um ministro jovem que conseguiu grande êxito no Ministério do Esporte e é um ministro que foi atacado de forma injusta em uma manobra política em uma tentativa de expor o ministro diante da opinião pública", disse o presidente do PCdoB, ainda.

As acusações contra Orlando Silva

Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.

Fonte: Terra
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