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Terra na Copa

Oposição pede saída de Silva; ministro fala sobre a Copa

25 out 2011 - 16h05
(atualizado às 16h27)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), participava na tarde desta terça-feira da primeira rodada de debates da comissão especial responsável pela análise do projeto da Lei Geral da Copa do Mundo de 2014. No início da audiência, Silva, que busca engatar uma agenda positiva após a onda de denúncias de que estaria envolvido em um suposto esquema de corrupção e desvio de recursos públicos em parceria com organizações não governamentais (ONGs), ouviu protestos contra sua permanência à frente da pasta.

Orlando Silva nega as acusações de envolvimento em esquema de corrupção
Orlando Silva nega as acusações de envolvimento em esquema de corrupção
Foto: José Cruz / Agência Brasil

"O Brasil não quer Vossa Excelência tratando da Lei Geral da Copa. O Brasil quer Vossa Excelência distante do Ministério do Esporte. É isso que estamos reverberando aqui hoje. A Copa do Mundo, ao lado das Olimpíadas, é o principal evento que o Brasil vai organizar. Temos que dar exemplo ao mundo. Depois de tantas denúncias, (permanece no governo) estando agora na condição de investigado pelo STF por denúncias de corrupção. Vossa Excelência não tem condições de permanecer no ministério. Quer dar noção de normalidade, mas o Brasil não aceita isso e a oposição está aqui para protestar. Não sei qual a postura mais grave, a de agir ou de omitir, mas certamente em uma delas Vossa Excelência se enquadra", disse o líder do Democratas na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA).

"Agora o ministro é investigado pelo STF. Não deveria estar sentado nessa cadeira nesse instante como ministro. Se tivesse ato de cidadania a seu governo e a seu País, deixaria o ministério enquanto as investigações ocorrem e, nada sendo provado contra Vossa Excelência, Vossa Excelência voltaria", completou o líder do PPS na Casa, Rubens Bueno (PPS-PR).

Nesta terça-feira, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito contra o ministro do Esporte. Ao dar seguimento ao caso, ela atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que entendeu haver indícios da participação de Silva nas supostas irregularidades.

As acusações contra Orlando Silva

Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.

Fonte: Terra
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