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Política

Oposição decide priorizar CPI mista da Petrobras

Senadores não vão pressionar para que leitura de requerimento que cria comissão seja feito hoje

1 abr 2014 - 13h18
(atualizado às 13h30)
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A oposição decidiu nesta terça-feira priorizar a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para investigar denúncias contra a Petrobras. Senadores oposicionistas não vão pressionar o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a fazer a leitura do requerimento que cria a CPI na sessão da hoje, para tentar conseguir assinaturas para a comissão envolvendo também deputados.

“Se o presidente Renan fizer a leitura do nosso requerimento de CPI exclusiva hoje, não há problema. Ainda hoje, creio que os deputados conseguem as assinaturas suficientes para que a CPI seja mista. Aí é só retirarmos o requerimento que pede uma CPI exclusiva e trocá-lo por um requerimento de CPI mista”, disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). “De que adianta você pressionar o Senado se está para conseguir a mista? Seria uma energia gasta impunemente”, acrescentou o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

A CPI mista seria uma forma de a oposição aproveitar o apoio de governistas descontentes da Câmara para aprovar pedidos de investigação durante os trabalhos. Com uma comissão composta só pelo Senado, o governo teria mais facilidade de ampliar o alvo de investigação, buscando respingar a CPI em denúncias contra os governos do PSDB e do PSB, virtuais opositores da presidente Dilma Rousseff na disputa presidencial de 2014.

Na semana passada, parlamentares do PT passaram a ameaçar a inclusão das denúncias de formação de cartel no Metrô de São Paulo na CPI da Petrobras, com objetivo de contra-atacar a oposição. Os petistas também disseram que poderão incluir denúncias de irregularidades contra a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o porto de Suape, em Pernambuco, numa tentativa de atingir os pré-candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), defensores da CPI. Os governistas não explicaram, no entanto, as supostas irregularidades.

"Não se pode juntar jacaré com cachorro, é uma coisa inadmissível (ampliar o foco). Se quiserem outra CPI, será de iniciativa deles. Isso seria acabar com o instituto da CPI", disse Aloysio Nunes, líder do PSDB no Senado.

Em São Paulo, Aécio disse que o governo “zomba” da sociedade na tentativa de incluir outros casos na CPI da Petrobras. “Respeito posições de governistas que querem fazer investigações sobre outras áreas. Que façam. Elas são bem vindas. Se houver o fato determinado, que ocorram. O governo tem maioria. Agora, querer criar dentro da CPI, já protocolada, subterfúgios para que as investigações não ocorram, como eu disse, é zombar da sociedade brasileira”, disse.

Fonte: Terra
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