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Política

NYT: câncer ocorre quando Lula é 'mais dominante' no Brasil

Diagnóstico da doença do ex-presidente repercutiu em jornais pelo mundo.

30 out 2011 - 08h05
(atualizado às 08h36)
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O diagnóstico do câncer do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva repercutiu na imprensa internacional neste domingo. O jornal americano The New York Times publicou uma reportagem na qual afirma que o diagnóstico do câncer acontece em um momento em que o ex-presidente é visto como dominante na política brasileira.

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"A revelação da sua condição acontece em um momento em que ele ainda é admirado aqui como o líder político contemporâneo mais dominante do Brasil", escreve o jornalista do New York Times Simon Romero, do Rio de Janeiro. "Desde que deixou a Presidência, Silva, um ex-líder sindical, manteve ampla influência na política brasileira. Ele viajou muito dentro do Brasil e no exterior, fazendo discursos por cachês altos, e na semana passada ele apareceu ao lado da presidente Dilma Rousseff na inauguração de uma ponte na cidade amazônica de Manaus."

O New York Times diz que a notícia sobre Lula mostra um "contraste grande" em relação à forma como o presidente venezuelano, Hugo Chávez, revelou seu câncer, em junho. Enquanto o brasileiro optou por revelar rapidamente a doença, Chávez "surpreendeu os venezuelanos" ao anunciar que já havia sido submetido a uma cirurgia, segundo o New York Times. O jornal também lembra que o venezuelano nunca revelou o tipo de câncer que teve.

Lula foi diagnosticado com câncer na laringe. A informação foi divulgada no sábado pelo Hospital Sírio-Libanês, onde o ex-presidente fez exames após se queixar de dores na garganta. Ele começará quimioterapia na segunda-feira.

"Incerteza"

Uma reportagem do jornal argentino La Nacion afirma que o câncer do ex-presidente desperta incerteza entre os brasileiros sobre o futuro político de Lula. "A inesperada notícia sobre a doença surpreendeu a todos os brasileiros e despertou uma grande incerteza sobre um eventual regresso de Lula à Presidência do Brasil, onde ele mantinha uma enorme influência política no atual governo", escreve o jornal argentino. O La Nacion diz que o "carismático e popular" ex-presidente brasileiro terá pela frente uma "nova e inesperada batalha".

Já o jornal argentino El Clarín destacou que a notícia sobre a doença de Lula "surpreendeu os veículos brasileiros de imprensa", já que o ex-presidente havia anunciado que tinha começado a deixar de fumar cigarrilhas. O El Clarin também destacou a repercussão da doença no Twitter, com várias mensagens de solidariedade acompanhadas das hashtags #vivalula e #forçalula. O jornal espanhol El País disse que a notícia sobre Lula "correu como pólvora em todo o país".

Já o americano The Wall Street Journal destaca a importância "literal" da voz de Lula na política brasileira. "Muito do sucesso de Lula se deve a sua voz. Como um país grande e recentemente industrializado sofrendo com uma ditadura militar, os sindicatos brasileiros estavam maduros para um rompimento nos anos 70", escrevem os jornalistas Matthew Cowley e Tom Murphy. "No sentido literal, Lula, um ex-sindicalista, deu aos trabalhadores uma voz."

Diagnóstico de câncer de Lula tem repercussão internacional:
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