Novo governador do DF diz que tentará evitar intervenção
- Claudia Andrade
- Direto de Brasília
O novo governador do Distrito Federal, Rogério Rosso, afirmou neste sábado que vai trabalhar para que "não seja necessária a intervenção". O peemedebista foi eleito para um mandato tampão até dezembro, com 13 votos dos parlamentares da Câmara Legislativa, o mínimo necessário para a vitória no primeiro turno.
"Vamos trabalhar para mostrar para o Poder Judiciário que não é necessária a intervenção", disse Rosso sobre o pedido feito pela Procuradoria Geral da República que está em tramitação no Supremo Tribunal Federal.
"Respeito o Roberto Gurgel (procurador-geral da República), espero que ele respeite o nosso posicionamento. A intervenção é o pior, até os juristas têm dificuldades de saber a dimensão dela", acrescentou ele.
Durante todo o dia, manifestantes protestaram em frente à Câmara Distrital contra a eleição indireta. Participaram do pleito todos os 24 distritais, incluindo os suspeitos de envolvimento no suposto esquema de pagamento de propina que está sendo investigado pela Polícia Federal.
Ações contra a participação dos parlamentares supostamente envolvidos foram rejeitadas pela Justiça do DF. Questionado sobre o fato de ter recebido o voto de todos os distritais citados no inquérito, o novo governador afirmou que "a Câmara é formada por 24 parlamentares" e lembrou que o Judiciário "autorizou, avalizou a participação de todos".
Governos anteriores
O novo governador foi questionado por ter feito parte tanto do governo de Joaquim Roriz como do governo Arruda, e tentou demonstrar independência. "Quando a gente trabalha em um governo, exerce funções técnicas".
Segundo ele, a vitória do PMDB foi fruto de um "entendimento partidário", além da "análise das propostas e dos candidatos". "Ninguém tem bola de cristal, democracia é isso", disse. O novo comandante do DF também prometeu um "governo de coalizão e suprapartidário".
Rosso comandou a Codeplan (Companhia de Planejamento do DF), citada no inquérito da Operação Caixa de Pandora por supostos contratos sem licitação. Também foi secretário de Desenvolvimento Econômico e administrador regional de Ceilândia no governo Joaquim Roriz.
A vice Ivelise foi secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação no governo Roriz e administradora de Brasília durante a gestão do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM).