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No Senado, Mercadante vê 'injustiça' em ligar Ideli a aloprados

28 jun 2011 - 12h04
(atualizado às 13h01)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, negou nesta terça-feira que a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, tenha envolvimento com a divulgação de um suposto dossiê contra o tucano José Serra nas eleições de 2006. Mercadante, que também rechaçou a tese de que ele teria participado da elaboração dos dados falsos contra o então candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes, disse que citar a atual coordenadora política do governo no "escândalo dos aloprados" é "uma injustiça absolutamente inaceitável".

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Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Reportagem da revista Veja aponta que Mercadante, ao lado do ex-governador Orestes Quércia e com consultas a Ideli, teria participado da articulação para que militantes petistas utilizassem R$ 1,75 milhão, em setembro de 2006, para a compra de supostos dados comprometedores de José Serra.

"Envolver Ideli é uma injustiça absolutamente inaceitável. Lamento que no partido tenham companheiros, militantes que venham de uma cultura de enfrentamento. E um equívoco histórico tratar as coisas dessa forma. Só quero a verdade e transparência", disse ele ao condenar a fabricação de dossiês em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

No início dos esclarecimentos sobre o "escândalo dos aloprados", Mercadante classificara o episódio como uma "história fantasiosa" e relembrou que tanto o procurador-geral da República na época dos fatos, Antonio Fernando de Souza, quanto o próprio plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entenderam, ao analisarem o caso em 2007, que não havia indícios da participação do então candidato ao governo de São Paulo no episódio. Os magistrados determinaram o arquivamento do inquérito contra Mercadante a eventual participação na venda do dossiê contra Serra e entenderam que a Polícia Federal, responsável pela investigação do caso, não tinha competência para indiciá-lo, como fez, pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais.

Ao explicar o caso, Aloizio Mercadante negou também qualquer articulação com o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, apontado pela revista Veja ao lado do ministro como mentor do "escândalo dos aloprados".

Convocação

Independentemente das explicações do ministro, o PSDB anunciou que vai protocolar requerimentos para tentar a convocação da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e para convidar o ex-deputado e atual secretário de Educação Especial do Ministério da Educação, Carlos Abicalil, a fim de que ambos esclareçam uma eventual articulação para a divulgação do suposto dossiê anti-Serra.

De acordo com reportagem da revista Veja, Ideli teria participado de negociações para a compra do dossiê na corrida eleitoral de 2006, enquanto Abicalil já teria atuado anteriormente na fabricação de um outro dossiê, desta vez contra os senadores Serys Slhessarenko (PT) e Antero Paes de Barros (PSDB), supostamente tendo sido contratado pelo ex-governador do Mato Grosso e atual senador Blairo Maggi (PR).

Fonte: Terra
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